A cidade de Los Angeles é conhecida internacionalmente como a Cidade das Luzes, e não é por menos. Trata-se de uma cidade super iluminada e também que serve de residência para incontáveis famosos.
O excesso de luzes é marca registrada da cidade, mas também é uma das características mais pesarosas. Um fato histórico, que aconteceu em 1994, acabou marcando milhares de moradores de Los Angeles.
Naquele dia, um terremoto de magnitude 6.7 atingiu a cidade, por volta das 4h30 da madrugada. O abalo foi grande e acordou boa parte dos moradores, que se desesperaram ao descobrir que toda a Los Angeles estava sem luz.
Como se trata de uma cidade cujo as luzes são marcantes, os moradores rapidamente se desesperaram. O que teria acontecido? Levou alguns instantes para que percebessem que se tratava de um blackout provocado por um terremoto.
Se lembre que, naquela época, não havia internet e nem smartphones. A única informação disponível vinha através de rádios e televisão, ou jornais, mas sempre no dia seguinte.
Assim, milhares de moradores tentaram entender o que estava acontecendo quando perceberam algo “assustador”. Rapidamente, dezenas de ligações inundaram o serviço de emergência americano, o 911, semelhante ao 190 brasileiro.
O QUE OS ANGELINOS VIRAM
Os moradores ficaram desesperados com as formas coloridas, densas e estranhas que estavam no céu. Mas o que, na verdade, os angelinos estavam vendo era nada mais, nada menos, que a própria via láctea.
Por que os moradores se espantaram com a via láctea? Por mais inusitado que seja, a via láctea não é facilmente vista a olho nu por conta da poluição luminosa, então imagine como é isso em meio a Los Angeles.
Existe registro de luz urbana na cidade desde 1908, até antes disso. Em 1994, com novas tecnologias, já era impossível de ter uma real dimensão do que é o céu a noite.
Na realidade, isso acontece em praticamente todo o mundo. É impossível de imaginar como seria o céu sem a presença de luzes urbanas, que criam o que os cientistas chamam de “halo luminoso”. Isto é, o brilho artificial gerado pelas cidades é tão grande que impede a incidência da luz natural, da lua e das estrelas.
Para se ter ideia do “problema”, as luzes de Los Angeles são tão intensas que podem ser vistas por aviões a cerca de 320 mil quilômetros de altura. Isso significa que os angelinos perderam a capacidade de ver a luz do céu, na prática.
O QUE A POLUIÇÃO LUMINOSA PODE CAUSAR
Existem muitos aspectos da vida humana, e também animal, que sofrem com a poluição luminosa. O meio ambiente também sofre já que a luz artificial gera alterações no sistema “natural” que o mundo seguiria.
Por exemplo, para se ter ideia, algumas migrações de aves acabam sofrendo com a presença das luzes. Para os animais que migram de madrugada, a presença de luzes pode desnortear os próprios animais.
As luzes também atendem a necessidade de fazer com que os humanos tenham sempre condições de serem “produtivos”. A luz, no entanto, afeta diretamente a rotina, alterando o chamado “relógio biológico”.
Para a sociedade, de forma geral, as luzes artificiais a noite acabam servindo como um “sol artificial”. Para quem vive em grandes cidades, os impactos são maiores do que em pessoas de cidades menores.
Agora, a preocupação com a poluição luminosa tem crescido cada vez mais e forçado governos de todo o mundo a repensar sobre a necessidade, e aplicação, das luzes artificiais.