Ter um animal de estimação é realmente algo que a maioria das pessoas provavelmente vai querer em algum momento da vida. Seja na infância, na adolescência, no começo da vida adulta, em meados da vida adulta ou na velhice, é bem provável que a ideia de ter um companheirinho, seja ele de qual espécie for, se torne uma ideia interessante para você. Embora muitas pessoas possam optar por animais bastante curiosos e inusitados, os cães e gatos ainda são a grande preferência nacional.
Se gatos são conhecidamente animais mais independentes e até meio desligados de seus donos (o que não é exatamente verdade, mas uma percepção comum), o mesmo não se pode dizer dos cães. Os cachorros são animais naturalmente muito ligados aos seus donos e demostram isso de forma muito intensa. É normal, por exemplo, que o seu cachorro te siga dentro de casa, procure estar sempre colado em você, busque atenção a todo momento e pareça tristinho se você não puder entregar toda essa atenção que ele procura.
São animais diferentes, com personalidades diferentes. No entanto, um ponto em relação aos cães os torna um pouco chatos, e até perigosos: as lambidas. Lamber é algo natural para esses animais, mas essa prática pode se tornar um problema quando passa a ser excessiva. Embora muitas pessoas simplesmente não saibam como corrigir seus cãezinhos de estimação, outras não se incomodam e chegam a incentivar a prática. No entanto, você devia saber que essa não é uma ideia tão boa.
Por que deixar seu cachorro te lamber não é tão boa ideia
Antes de qualquer coisa é preciso entender que, assim como com o ser humano, a boca dos cães serve de casa para dezenas, centenas, de bactérias. Em geral, elas não são um risco à saúde; mas, em alguns casos específicos, podem se tornar. A literatura médica mostra alguns casos que terminaram muito mal depois de uma simples lambida.
Um dos casos mais conhecidos ficou famosos como “Lambida da Morte” e aconteceu com uma idosa britânica, que parou na ala de UTI do hospital, depois de uma lambida de seu galgo italiano. O caso foi amplamente divulgado em 2016, e ainda é lembrado e serve de alerta até hoje.
Os sintomas da idosa começaram com uma voz arrastada, que a fez chamar a emergência. Ela foi levada de ambulância ao hospital e, passadas algumas horas, apresentou melhora. Depois de quatro dias, no entanto, sua condição piorou novamente e ela começou a sofrer de confusão, dores de cabeça, diarréia, febre alta e seus rins começaram a falhar. Ela passou a sofrer de redução da função hepática e insuficiência respiratória. Ela foi transferida para os cuidados intensivos quando ficou claro que ela estava sofrendo de sepse grave, comumente conhecida como envenenamento do sangue.
Depois de uma série de exames, os médicos constataram a presença da bactéria Capnocytophaga canimorsus no organismo da idosa. Essa é uma bactéria rara em humanos, mas facilmente encontrada em bocas de cães e gatos. Como a idosa não havia sido atacada, não haviam mordidas que justificassem a contaminação. Rapidamente, os médicos deduziram que a idosa havia se contaminado através de uma lambida.
A paciente estava na casa dos 60 anos, mas não apresentava problemas de saúde. Os médicos, na época, destacaram que se trata de uma infecção rara (ou seja, nada de pânico), mas ressaltaram que alguns grupos deveriam ter mais cuidado, incluindo idosos e pessoas em tratamento contra doenças que abalavam o sistema imunológico, como câncer.