O manuscrito Voynich é um misterioso livro ilustrado escrito em um idioma que ninguém conseguiu decifrar até hoje. Ele recebeu esse nome porque foi comprado em 1912 pelo livreiro polonês Wilfrid Voynich. Ele adquiriu o livro em um colégio Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati. Segundo contam, os jesuítas precisavam de dinheiro para fazer uma obra na vila, por isso, aceitaram vender a Voynich trinta exemplares de sua biblioteca, e entre eles estava o estranho manuscrito.
Mas, o que Voynich não sabia é que ele tinha acabado de adquirir uma das obras mais instigantes da História da humanidade. São 240 páginas indecifráveis, escritas em pergaminhos feitos de pele de bezerro. Porém, alguns estudiosos afirmam que o livro original teria por volta de 272 páginas. Mas, independente do número de páginas, o fato é que até hoje ninguém conseguiu traduzir, com certeza, uma única frase.
E as origens desse manuscrito também estão cercadas de mistérios, já que ninguém sabe quem o escreveu. Alguns estudiosos sugerem nomes que podem estar por trás da autoria do livro: Roger Bacon, John Dee ou Giovanni Fontana. Mas não existe qualquer tipo de comprovação. A informação mais clara que temos é que ele foi escrito em meados do século XV, segundo estudos de uma universidade no Arizona.
E os desenhos dessa obra são um mistério a parte. As páginas do manuscrito Voynich estão recheadas de ilustrações feitas, provavelmente, com uma caneta de pena e tintas coloridas. São diversas gravuras, sobre muitos temas, como por exemplo, astronomia, cosmologia e até medicina. E o que nos faz acreditar que os desenhos são uma parte fundamental e cheia de significado, é que apenas 5 páginas do livro não têm nenhuma ilustração.
Quando o assunto é o idioma presente na obra os estudiosos se dividem, e as principais teorias são bem interessantes. Há quem diga que o livro está escrito em um código que ninguém é capaz de desvendar. Por outro lado, o linguista Gerard Cheshire afirmou ter decifrado o livro, e que o idioma utilizado é o proto-românico, que seria o ancestral das línguas românicas que conhecemos hoje. Mas, outros estudiosos contestam esse estudo e dizem que as afirmações de Gerard não fazem sentido.
Ao analisarmos o manuscrito podemos destacar algumas de suas características:
Ele tem 16 cm de largura, 22 de altura e 4 de espessura. Um segundo ponto interessante é que os símbolos estão desalinhados na parte direita das páginas, o que seria uma indicação de que foi escrito da esquerda para a direita.
No total, são 170 mil caracteres, divididos em um conjunto de 20 a 30 letras que se repetem, e mais 12 caracteres que aparecem poucas vezes. Não existe nenhum tipo de pontuação, e os espaços fazem os especialistas acreditarem que há um total de 35 mil palavras.
E, ao analisar a organização destes símbolos no texto, os estudiosos perceberam que os caracteres têm uma boa distribuição no que se refere à quantidade e à posição. Alguns podem se repetir duas ou três vezes, outros aparecem apenas no início das palavras, e outros só aparecem no fim.
Essas descobertas são muito importantes, porque esse estilo de organização sugere que realmente estamos diante de um idioma, e não um amontoado de símbolos sem sentido.
Recentemente o historiador Nicholas Gibbs, disse ter desvendando o manuscrito. Para ele o livro é um guia medicinal, já que os desenhos lembram técnicas medicinais usadas no período medieval. E, mesmo sem decifrar o idioma completamente, ele diz que algumas palavras têm origem latina. Para Gibbs cada um dos capítulos fala de tratamentos, principalmente relacionados à ginecologia. Mas, muitos estudiosos também contestam essa versão, principalmente pelo fato de que ninguém conseguiu identificar o nome de qualquer planta ou doença. Gibbs explicou que esses nomes existem sim, e estariam listados no índice, que é justamente uma das páginas perdidas do manuscrito.
A verdade é que muitas teorias foram apresentadas ao longo do tempo, mas, o Manuscrito de Voynich ainda insiste em não revelar seus segredos.
Assista:
REFERÊNCIAS
O misterioso código de Voynich. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=326tT4DGggE . Acesso em: 10 dez. 2020.