A coruja é símbolo de proteção porque, em primeiro lugar, ela tem uma visão global, sendo capaz de virar a cabeça e visualizar todos os lados de um ambiente. Essa característica levou a espécie a ser considerada a representação da visão unificadora pela filosofia.
Todos sabem que a coruja é uma ave de rapina, muito habilidosa. Outra característica é que as corujas são super atentas aos filhotes e ao ninho. Por isso, a existência da expressão “Mãe Coruja”.
A fama de super protetora da coruja também está relacionada a uma fábula francesa, intitulada “A Coruja e a Águia”, escrita por La Fontaine e adaptada por escritores do mundo inteiro, entre eles Monteiro Lobato. Nessa fábula, o autor cita a coruja como uma mãe zelosa, protetora, com dedicação incondicional e que não vê imperfeições em seus filhotes.
Confira a fábula de La Fontaine, adaptada por Monteiro Lobato:
Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
– Basta de guerra – disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
– Perfeitamente – respondeu a águia. – Também eu não quero outra coisa.
– Neste caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
– Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes?
– Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave. Já sabes, são os meus.
– Está feito! – concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três mostrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
– Horríveis bichos! – disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
– Que? – disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste…
Moral da história: Quem ama o feio, bonito lhe parece.
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