A origem da fabulosa fortuna do rei Salomão continua sendo um profundo mistério. Por décadas, as minas de onde os preciosos tesouros eram extraídos, não teve seu segredo revelado.
A curiosa história das minas do Rei Salomão
Cerca de 3.000 anos atrás, o bíblico Salomão, um rei de Israel e filho do rei Davi, era famoso por sua fabulosa sabedoria, poder e fortuna pessoal. Fontes antigas testemunharam que a riqueza de Salomão era uma das maiores do mundo.
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Os navios movidos a remos, chegavam das margens escaldantes da Palestina, carregados de fabulosos tesouros para este lendário rei.
Enquanto as fileiras de remadores deslizavam seus navios até o porto, os escravos corriam para o cais para descarregar a preciosa carga: sândalo, vinho, marfim, macacos e pavões de cheiro agradável e prateado.
O mais precioso era o ouro e o rei Salomão, de acordo com o Antigo Testamento, era o possuidor de toneladas deste metal valioso.
Seus copos de bebida eram feitos de ouro. Seu grande trono em Jerusalém era de marfim “revestido do melhor ouro”.
Um candelabro de sete ramos de ouro estava pendurado acima do seu assento real. As paredes do templo que ele construiu para abrigar a Arca da Aliança também foram adornadas com essa preciosidade.
Na Bíblia, está escrito que os servos de Salomão viajaram para Ofir e buscaram, de lá, cerca de 20 toneladas de ouro. Mas a localização de Ofir parece até hoje é um mistério. A verdadeira localização do lendário Ofir nunca foi estabelecida.
Isso não impediu que historiadores e arqueólogos procurassem o local famoso por seu magnífico ouro.
Desse mistério nasceu um conto que obcecava os antigos gregos, aventureiros renascentistas e exploradores vitorianos e, com sua aura de romance e ganância, ainda tem o poder de nos atrair até hoje. De fato, a busca das minas do rei Salomão é tão atemporal quanto a do Santo Graal.
O astrônomo e geógrafo Ptolomeu calculou que Ofir estava localizado no que hoje é o Paquistão, na foz do rio Indo.
Já um explorador português do século XV, afirmou que o Ofir estava nas terras Shona do Zimbábue na África, um elo abraçado pelo poeta inglês John Milton em seu poema épico Paradise Lost (Paraíso Perdido).
De qualquer forma, a perspectiva de um espólio ilimitado inspirava homens ambiciosos a embarcar em vastos e perigosos oceanos e estender os limites do mundo conhecido.
Cristóvão Colombo acreditava ter encontrado Ofir no Haiti e Sir Walter Raleigh nas selvas do Suriname.
Em 1568, um capitão espanhol descobriu um arquipélago no Pacífico e nomeou de Ilhas Salomão porque acreditava serem Ofir.
Embora a riqueza famosa de Salomão seja uma história tão antiga quanto as eras, o fascínio popular em localizar uma parte dessa fantástica fortuna é um caso bem mais recente.
A ideia de minas cheias de riquezas foi introduzida pela primeira vez no final do século XIX, pelo autor H. Rider Haggard em seu romance de aventura de sucesso, “Minas do Rei Salomão”, cuja publicação coincidiu com um boom de descobertas arqueológicas de locais antigos no Oriente Médio e na África.
Meio século depois, Nelson Glueck, rabino e arqueólogo americano, ganhou as manchetes quando anunciou que havia localizado as minas de Salomão no Grande Vale do Rift, perto da fronteira moderna de Israel e da Jordânia.
Essas minas, no entanto, não estavam cheias de ouro, eram extensas fábricas de fundição de cobre que Glueck afirmava serem a verdadeira fonte da riqueza de Salomão. Incapaz de conectar evidências arqueológicas a relatos bíblicos, os historiadores modernos logo começaram a duvidar da conexão de Glueck sobre Salomão com a produção de cobre da região.
Nas últimas décadas, a sabedoria convencional sustentou que os antigos egípcios construíram a maioria das minas na região durante o século 13 a.C, uma teoria apoiada pela descoberta de um templo egípcio no complexo em 1969.
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