Mundo afora, pesquisadores ainda tentam sair a frente da covid-19. A verdade é que o vírus ainda gera muitas dúvidas na população geral, porque ainda não foi inteiramente compreendido pela medicina. Um dos maiores desafios são as variantes, já que as vacinas foram desenvolvidas a partir do vírus em sua forma “original”.
Atualmente, muitos países já encaram a possível necessidade de aplicação de uma terceira dose da vacina em grupos de risco, especialmente idosos. O Brasil vinha evitando entrar no debate, mas a morte do ator Tarcísio Meira acabou gerando a necessidade de se discutir o assunto abertamente. Afinal de contas, nossos idosos estão seguros?
Especialistas ressaltam que as vacinas são eficazes, mas não zeram os riscos. O ideal é que, além da vacina, todos continuem tomando cuidados em relação a pandemia. Ainda assim, a vulnerabilidade de idosos continua gerando um intenso debate, afinal de contas há preocupação.
São muitos os fatores a serem levados em conta. Idosos, em geral, já são mais propensos a sofrerem com casos graves da doença. Ao mesmo tempo, muitos acabam tendo uma reação abaixo do esperado às vacinas. Somado a isso, o tempo naturalmente reduz os anticorpos – o que acontece com qualquer vacina. Então, os pesquisadores agora se perguntam: é benéfico começar a aplicação de uma terceira dose da vacina?
Outros países saíram na frente
Na América do Sul, além do Brasil, o Chile foi também um dos países que fechou acordo com a CoronaVac, do laboratório chinês SinoVac. Por lá, o governo saiu na frente e já começou a aplicar uma terceira dose do imunizante em idoso. A nova campanha mira na população com mais de 55 anos, mas pode ser ampliada. O Chile já vacinou integralmente mais de 80% de sua população e agora vai avançar com a imunização combinada. Adultos com mais de 55 anos que receberam a Coronavac, agora vão receber uma terceira dose da AstraZeneca.
Os Estados Unidos também já começaram o processo de vacinação em terceira dose. Por enquanto, apenas alguns grupos estão sendo sob análise e o FDA aprovou a aplicação de terceira dose em pessoas transplantadas. O país usou, majoritariamente, Pfizer e Moderna em sua campanha nacional.
Ministério da Saúde encomenda pesquisa
O Ministério da Saúde do Brasil se uniu a Universidade Federal de São Paulo em uma pesquisa para avaliar a eficácia de uma terceira dose de imunizante. A ideia de combinar imunizantes de dois laboratórios e comparar os resultados. Para isso, voluntários que já receberam duas doses da CoronaVac agora vão receber uma terceira dose, que pode ser tanto CoronaVac, quanto Janssen, AstraZeneca ou Pfizer.
A ideia é comparar os resultados e avaliar qual seria a melhor via para uma terceira dose, caso a Anvisa aprove. Neste momento, o grupo que mais inspira atenção são os idosos. Especialistas também explicam que a terceira dose não deve ser confundida com um reforço. Por enquanto, em nenhum lugar do mundo, se discute ainda a necessidade de reforço da vacina. No entanto, é bem provável que seja necessário em algum ponto.