A transexualidade é um assunto que vem sendo cada vez mais discutido pela sociedade, em função da busca por igualdade e pelos direitos das pessoas transexuais. Vale conceituar transexualidade neste caso! Ser transexual é não se sentir à vontade com seu gênero de nascimento, ou seja, isso acontece quando um menino ou menina se sente inadequado no próprio corpo, passando a desejar ser aceito como um membro do sexo oposto.
A transexualidade deve ser discutida e aceita pelas famílias, a fim de evitar sofrimentos para as pessoas que vivem com essa sensação de impropriedade do sexo anatômico. Quando as pessoas se descobrem transexuais, elas, normalmente, iniciam tratamentos, sejam hormonais ou cirúrgicos, para tornar o corpo o mais próximo possível do sexo de preferência. É nesse tipo de situação que ocorrem as cirurgias de mudança de sexo, disponíveis para homens e para mulheres.
Etapas da mudança de sexo
É importante que haja um entendimento da sociedade de que os transexuais têm o direito de mudarem de sexo e também de alterarem seus nomes no registro civil. O procedimento de reconstrução de gênero é bastante complexo e exige acompanhamento psicológico e multidisciplinar. O objetivo é fazer com que a pessoa disposta a mudar de sexo tenha certeza de sua decisão e se sinta amparada.
O apoio profissional é importante para evitar que os transexuais se sintam excluídos e marginalizados, além de impedir que muitos jovens entrem em depressão ou cometam suicídio.
O processo para a mudança de sexo é semelhante para homens e mulheres, pois inclui o tratamento hormonal e a cirurgia que busca realizar modificações corporais do sexo. A intenção é fazer com que a pessoa se sinta bem e confortável com o seu sexo biológico e seu gênero.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina dá autorização para a realização da cirurgia de mudança de sexo do masculino para o feminino. Já a cirurgia para a mudança do feminino para o masculino ainda é experimental. Ambos procedimentos vêm evoluindo muito nos últimos anos.
A cirurgia para adequação física do homem para o corpo de mulher exige a transformação da genitália masculina em genitália feminina. Esse é um procedimento com excelentes resultados.
O objetivo é construir a chamada neovagina, dando uma nova estrutura ao órgão sexual masculino. Já no caso das mulheres, é preciso empregar um processo de estimulação do clitóris, para a construção do neopênis.
Vale ressaltar que especialistas da área concordam que a construção do pênis no lugar da vagina não garante resultados tão satisfatórios quanto a construção de uma vagina no lugar de um pênis, ou seja, a cirurgia para o sexo biológico feminino é mais difícil, pois, nestes casos, é necessário retirar o útero, os ovários, as mamas e outras estruturas do corpo da mulher.
Para o sexo biológico masculino, a cirurgia consiste na realização de um corte no pênis e no saco escrotal. Os médicos tomam todo o cuidado necessário para que o aparelho urinário não seja prejudicado durante o procedimento. Outra etapa da cirurgia é o esvaziamento dos testículos, para que não produzam mais hormônios masculinos. Os médicos conseguem, até mesmo, criar um clitóris utilizando parte do canal urinário. Em seguida, basta realizar um implante de silicone para os seios.
Para as mulheres que desejam mudar seu sexo para masculino, é preciso realizar um tratamento com testosterona, a fim de acabar com a menstruação, mudar o tom de voz e desenvolver mais massa muscular.
Tanto para o sexo masculino quanto para o sexo feminino o processo de mudança é lento, complexo e gradual.
A partir de qual idade é possível fazer a mudança de sexo?
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, de forma gratuita, a cirurgia de mudança de sexo para travestis e transexuais. O processo pode ser iniciado a partir dos 18 anos de idade, com a reposição hormonal. A cirurgia só é realizada depois que o paciente completa 21 anos.
