Diversas cidades do Brasil têm bairros ou regiões que sofrem com atrasos de cartas e correspondências dos Correios por um simples motivo: a violência. Atualmente, a empresa avalia medidas para proteger os carteiros que atuam em áreas consideradas de alto risco para assaltos e outras formas de violência. Exemplos clássicos dessa realidade acontecem diariamente em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro.
No Rio, por exemplo, um carteiro chegou a ser assaltado oito vezes na mesma região. Com isso, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) passou a estudar a contratação de escoltas armadas para acompanhar algumas entregas, especialmente as de Sedex, nas regiões Norte e Oeste do Rio de Janeiro.
Essa atitude de usar escolta armada já foi necessária em diversas situações pelos Correios, sempre como uma estratégia de curto prazo. Segundo informações da própria empresa de Correios, o mês de dezembro é o mais crítico, quando os profissionais entregam muitos presentes e compras de natal e ficam mais suscetíveis à ação dos bandidos. Nessa época acontecem, em média, seis assaltos por dia no Rio de Janeiro, o que coloca a vida de muitos carteiros em risco.
No Rio, a violência é maior em regiões como Cascadura e Realengo. Os prejudicados nessa história são os carteiros, vítimas da violência, e os cidadãos de bem, que deixam de receber suas cartas, contas e encomendas. Para os profissionais do setor, a insegurança é uma realidade diária.
Violência em São Paulo
Na cidade de São Paulo, a violência contra os carteiros está presente principalmente na zona leste. Em alguns bairros dessa região, os profissionais já precisaram trabalhar com o acompanhamento de uma escolta armada. Existem carteiros que já foram assaltados 29 vezes nesta área da capital paulista. Com a escolta, eles revelam que trabalham mais seguros.
Os Correios já adotam um modelo diferenciado de entrega para encomendas enviadas para regiões consideradas inseguras.
Outra cidade onde moradores também reclamam dos atrasos nas entregas dos Correios é Campinas, em São Paulo. No município, a demora em alguns bairros também é por causa da violência, e as encomendas precisam ser levadas às casas com escolta armada.
Pelo menos 73 áreas de Campinas são consideradas perigosas para entregas dos Correios, mas não existem escoltas armadas em número suficiente para atender todas as regiões. Dessa forma, mais uma vez, quem sofre as consequências é a população, que precisa se dirigir às agências para buscar pessoalmente suas encomendas.