Cotidiano

Covid-19: Anvisa aprova uso emergencial de remédio Sotrovimabe

Mais de um ano depois do começo da pandemia da covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do primeiro medicamento contra a doença. A doença, por ser acometida por um vírus novo, não possui tratamento específico e atualmente os tratamentos disponíveis são voltados para os sintomas.

Ao contrário do que chegou a ser erroneamente defendido por muitas personalidades, inclusive o presidente da República, nenhum medicamento até aqui atuava diretamente contra o vírus. Agora, no entanto, muitos estudos estão gerando resultados e entregando medicamentos que fazem efeito direto contra o vírus.

O Sotrovimabe é um medicamento desenvolvido pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline. O medicamento é ministrado em dose única, de 500mg e deve ser usado nos primeiros cinco dias de infecção, apenas em casos leves e moderados. O remédio não estará nas farmácias e é de uso exclusivo por hospitais. A princípio, o uso do medicamento pelo SUS esta ainda dependendo de avaliação do Ministério da Saúde.

Embora o medicamento tenha sido aprovado e já tenha passado por períodos de testes, o caráter de uso ainda é emergencial e a Anvisa orienta a coletagem de dados (reações adversas, efeitos colaterais, tempo de resposta, etc).

A Anvisa recomenda cautela no uso do medicamento em grávidas, por falta de dados, além de pessoas de idade avançada e doentes crônicos, em especial pacientes com diabetes, doenças vasculares ou cardiovasculares, pacientes com doenças pulmonares ou em tratamento imunossupressor.

O remédio é contraindicado em casos graves, onde o paciente faça uso de ventilação mecânica, mas pode ser usado em crianças e adultos maiores de 12 anos e pesando mais de 40 quilos. Essa é a quinta medicação aprovada pela Anvisa nos últimos meses. O uso tem validade de 12 meses e, após esse período, deverá passar por uma nova avaliação.

Outros medicamentos aprovados

Em março deste ano, a Anvisa já havia aprovado o uso do medicamento Remdesivir. O medicamento é fabricado pela biofarmacêutica Gilead Sciences e injetado na veia. Seu princípio é simples: impedir a reprodução do vírus no indivíduo. Como acontece com o Sotrovimabe, o Remdesivir também é de uso exclusivo em hospitais.

Em abril, outro tratamento foi aprovado, tratando-se dos remédios casirivimabe e imdevimabe (o coquetel Regn-CoV2). Desenvolvido pela suíça Roche, o tratamento se baseia em anticorpos monoclonais, a exemplo também do Sotrovimabe. Além do Brasil, a Agência reguladora dos Estados Unidos, a FDA, também aprovou o uso.

No mês seguinte, em maio, a Anvisa liberou os medicamentos, também de anticorpos monoclonais, o Banlanivimabe e Etesevimabe, de uso combinado. O tratamento é contra-indicado em casos graves e é restrito a ambiente hospitalar. O tratamento, a exemplo de todos os outros, deve ser feito sob monitoramento de profissionais.

Já em agosto, foi a vez do Regkirona (regdanvimabe). Contra-indicado em casos graves e também em pacientes obesos, o medicamento incentiva a reação do organismo do paciente, em gerar anticorpos. O remédio também tem seu uso restrito a ambiente hospitalar e não pode ser comercializado ao consumidor final em farmácias, a exemplo de todos os outros.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]