O Dispositivo Intrauterino é um dos métodos anticonceptivos mais seguros para o corpo da mulher. Esse é um dado que reflete anos de estudos e coleta de dados. No entanto, ainda assim, se trata de um corpo-estranho inserido no organismo e, como tal, gera riscos. Nenhum método é 100% livre de riscos, nem DIU, nem anticoncepcional, nem a cirurgia.
Ainda assim, o DIU é comumente escolhido pelas mulheres por ser considerado muito seguro. O dispositivo é inserido de forma simples e pode ser retirado. Isto é, quando a mulher decidir, pode recuperar sua fertilidade, por assim dizer. Mas alguns casos chamam a atenção para os cuidados necessários.
O DIU é considerado seguro, mas qualquer médico vai te orientar a sempre manter as consultas de rotina e check-up. Foi exatamente nessa parte que uma mulher acabou falhando e, depois de passar 20 anos com o dispositivo dentro do corpo, acabou desenvolvendo uma infecção grave.
Felizmente, no caso dela, o problema pode ser resolvido com um ciclo combinado de antibióticos. Ainda assim é um caso que gera um importante alerta e precisa ser levado a sério. O caso foi reportado na revista acadêmica New England Journal of Medicine e da detalhes sobre o quadro clínico da mulher, de 54 anos.
Sintomas de infecção
O problema de saúde da paciente foi causado pela bactéria Actinomyces israelii. Como é comum nesse tipo de publicação médica, a paciente não teve a identidade revelada. No entanto, o artigo detalha que os primeiros sintomas da paciente foram dores abdominais e febre. Ela procurou atendimento médico e, depois de alguns exames, o diagnóstico foi alcançado.
Os médicos identificaram, com toques simples, a presença de um caroço na região abdominal. Os exames identificaram abcessos e inchaços na região uterina, onde o DIU estava colocado. Logo, os médicos confirmaram que o próprio dispositivo havia gerado a infecção.
O caso revela a importância dos cuidados com o dispositivo, mas também nos ensina sobre o equilíbrio da flora vaginal. Isso porque a Actinomyces israelii não é estranha ao trato vaginal, pelo contrário, ela pode ser encontrada até mesmo em mulheres saudáveis. O problema é quando essa bactéria encontra um ambiente ideal para se proliferar e gerar uma infecção, conhecida pela literatura médica como actinomicose.
Segundo o artigo, a mulher fazia uso de um modelo do DIU feito de plástico, cujo a duração máxima de aplicação deveria ser de 5 anos. A paciente permaneceu com o DIU por 15 anos a mais do que deveria. Mesmo os dispositivos de cobre, mais duradouros, devem ser retirados dentro de 12 anos de aplicação. Este acaba sendo um outro alerta sobre esse caso.
Felizmente, a paciente se recuperou de forma plena e sem sequelas após fazer tratamento com um ciclo robusto de antibióticos. No entanto, o problema poderia ter se tornado pior. Os médicos ressaltam, no artigo, que as actinomicoses geralmente estão associadas ao uso prolongado do DIU, sendo maiores os casos em que o dispositivo era de plástico. Para evitar problemas de infecção como essa, é preciso estar atenta as recomendações médicas.