Mundo Bizarro

Os nomes dos meses

Tudo isto começou com o antigo calendário romano, criado, segundo as lendas, por Rómulo, cerca de 7 ou 8 séculos antes da Era de Cristo. A intenção era substituir os antigos calendários lunares, uma vez que os meses lunares faziam variar as datas das estações e das festividades religiosas, mesmo as pagãs, criando uma confusão em que ninguém se entendia.

Esse primeiro calendário romano tinha 10 meses, de 30 ou 31 dias, deixando fora do cômputo dois meses de inverno.

Os dias dos meses não eram numerados, como são hoje, mas sim contados em relação às calendas, nonas e idos, como pontos de referência. As calendas, já vimos que eram o primeiro dia de cada mês. As nonas eram o nono dia antes dos idos (divisão), e estes por sua vez, eram os dias da lua cheia, em que o mês se dividia em duas partes.

Para indicar uma determinada data, dizia-se “três dias antes das nonas de Setembro” ou “no quarto dia antes das calendas de Dezembro“, etc. Parecer-nos-á hoje demasiado complicado, mas para os romanos, na altura, foi uma grande invenção para a contagem do tempo.

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O ano começava em Março, que deve o seu nome ao deus Marte, Abril, Aprile, para cujo nome há duas explicações etimológicas, de Afrodite, o outro nome de Vénus, ou de aprire, o mês em que os botões das flores se abriam; Maio, do nome da deusa Maia, Junho, do deus Juno; Julho, que se chamou quintilis, por ser o quinto, foi baptizado depois em honra do imperador Júlio César; Agosto, chamou-se sextilis, por ser o sexto, e depois passou a honrar o imperador César Augusto.

Os restantes quatro, já vimos.

Faltavam dois meses para completar o ciclo solar. Foram feitas várias experiências para intercalar esses dois meses, as quais não vou pormenorizar.

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Bastar-nos-á registar que acabaram por ficar após o décimo mês, Dezembro, e receberam os nomes de Janeiro (Januarius, do deus Janus) e Fevereiro (Februarius, de Februa, a “purificação”, que se fazia no dia 15 desse mês).

Este mês de Fevereiro tinha apenas 28 dias, para completar e não exceder, o ano solar de 365 ¼ dias.

Para isso foi decidido acrescentar um dia, de quatro em quatro anos. Foi escolhido o mês de Fevereiro, por ser o mais curto de todos eles.

Esse dia adicional seria uma repetição do dia 24 de Fevereiro, que nesse tempo se chamava “o sexto dia antes das calendas de Março“. Portanto haveria dois “sextos dias antes das calendas de Março” e daí que em cada quatro anos havia um ano com duas vezes “sexto“, ou seja “bissexto”.

As ideias de simplificação e aperfeiçoamento vão surgindo a pouco e pouco.

Quando da numeração dos dias, que hoje seguimos universalmente, o dia acrescentado passou para o fim de Fevereiro, que em cada ano “bissexto“, passou a ter 29 dias.

Por isso o meu colega da primeira classe, Piloto salvo erro se chamava, dizia que a “madrinha” dele tinha apenas 15 anos, por só fazer anos nos anos bissextos. Vantagem de nascer em 29 de Fevereiro.

Resta acrescentar que 15 de Março era o dia da posse dos novos cônsules. Por isso o ano começava em Março.

Quando esse acto público foi transferido para as calendas de Janeiro, passou este a ser o primeiro mês do ano e Março o terceiro.

Calendas de Janeiro é o dia que hoje designamos por 1 de Janeiro, que o “Borda de Água” (já há muita gente que não conhece o “Borda de Água”, ou ainda se vende por ai?) o popular almanaque dos agricultores e não só, designa como “Dia da Circuncisão do Senhor“. Isto porque, segundo a tradição, Jesus nasceu em 25 de Dezembro, e os varões judeus são circuncidados no oitavo dia depois do seu nascimento.

Fonte: http://steinhardts.wordpress.com/2006/10/05/os-nomeds-dos-meses/

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