Muitas pessoas sofrem de medo de agulha, algo que causa muitas situações médicas quase impossíveis. Para essas pessoas, precisar de qualquer procedimento médico é um verdadeiro sofrimento. Mesmo aquelas que não costumam ficar doentes, acabam sofrendo com procedimentos padrões, como coleta de sangue, aplicação de medicações e vacinas. Mas, para esse último grupo, existem boas notícias.
Você provavelmente deve conhecer o “Zé Gotinha”, certo? Esse é um personagem criado pelo Ministério da Saúde brasileiro, que visa a popularização da vacina entre crianças. Trata-se de um personagem em formato de gota que conscientiza os pequenos sobre a necessidade da vacinação. O próprio Zé Gotinha prova que vacinas em outros formatos, que não injetáveis, são possíveis.
Mas você consegue imaginar tomar vacina em formato de “adesivo”? Essa é uma novidade que pode se tornar realidade em breve, no que depender dos pesquisadores da Universidade de Stanford. Há algum tempo, eles se dedicam no aprimoramento de um imunizante aplicado como um adesivo.
O método dispensa totalmente o uso de agulhas e ainda tem apresentado uma vantagem inesperada. Segundo os resultados iniciais, o adesivo oferece uma eficácia até 10 vezes maior que o imunizante injetável. Além disso, uma outra vantagem, já prevista pelos desenvolvedores, é que a vacina de “adesivo” não precisa que a aplicação seja feita por enfermeiros, o próprio paciente pode aplicar.
Uma das principais diferenças entre os métodos é o local de aplicação. A seringa comum injeta o imunizante abaixo da pele, nas camadas de gordura do indivíduo. Já o adesivo consegue dispensar o imunizante direto na pele, na camada chamada “derme”. O adesivo é feito a partir de impressoras 3D e conta com várias microagulhas, que são responsáveis pela liberação do imunizante.
Nem tudo são flores…
Como tudo na vida, o projeto já esbarrou em algumas dificuldades. Um dos principais desafios da “vacina de adesivo” é o preço. Trata-se de um imunizante de alto custo de produção e que , justamente pelo tipo de produção, não pode ser feito em larga escala. O resultado disso é que o volume de produção é baixo, especialmente quando colocado em relação ao custo.
Outra dificuldade com as quais os desenvolvedores tem esbarrado é o alto risco de erro. A vacina não tem nenhum mistério oculto: basta aplicar o adesivo. No entanto, as microagulhas são muito pequenas e podem ser danificadas durante a aplicação. Ou seja, tem sido registrado um alto número de perda das vacinas.
Embora seja um projeto muito promissor, é verdade que a distribuição da vacina ainda é um plano distante. Enquanto essas pequenas barreiras não forem superadas, é impossível pensar em uma aplicação em massa. Ainda assim, trata-se de uma opção que vem surgindo, mas isso não significa que ela deva substituir a seringa.
As vacinas injetáveis ainda são a melhor, mais segura e barata, forma de imunização do mundo. É verdade que inovações são sempre bem-vindas, mas os novos modelos devem atender um público específico. Pessoas que sofrem de fobia de agulha, por exemplo, poderiam se beneficiar muito desse tipo de novidade.