O espaço é, e talvez continuará sendo, um local de muitos mistérios. Graças à ciência, algumas coisas são de conhecimento geral e não seria nenhum absurdo dizer que a maioria das pessoas sabe. Por exemplo, a maioria das pessoas sabe que não há gravidade no espaço; também é sabido, pela maioria das pessoas, que o ser humano não pode respirar no espaço. Ou seja, existem assuntos pacificados, que são de conhecimento geral até mesmo entre leigos. Ao mesmo tempo, existem tópicos completamente fora do conhecimento popular.
O estudo do espaço envolve algumas das disciplinas escolares mais “temidas”: física, matemática e química. Para entender o que acontece por lá, é preciso dominar certas ciências. Para a vida cotidiana, existem algumas informações sobre o espaço que simplesmente não parecem interessantes, ou relevantes, o suficiente para serem repassadas ao conhecimento geral. Alguns dessas informações, inclusive, geram excelentes curiosidades. Neste caso, você já se perguntou o que aconteceria com o seu corpo, caso você morresse no espaço?
Muita gente rapidamente responderia que o corpo ficaria “a deriva” no espaço por tempo indeterminado, devido as condições que sabemos que existe no espaço. Mas será que é mesmo isso que aconteceria? Um corpo “flutuaria” pelo espaço de forma constante? Bom, pode ser que sim, mas também pode ser que não. No fim das contas, o que determina?
O que determinaria o “fim” que um corpo receberia, caso uma pessoa morresse no espaço, seria o uso ou não de roupa espacial. Caso o corpo esteja dentro de uma roupa espacial, então passaria pelos processos de decomposição naturalmente. Isso porque a roupa é projetada para proteger seu usuário do ambiente espacial, o que mantém a integridade das bactérias naturais do corpo. Nesse caso, enquanto a roupa estivesse intacta, o corpo passaria pelo processo de decomposição sem nenhum tipo de alteração.
No entanto, se o corpo estiver livre no espaço, então as coisas podem ser diferentes. Se o corpo não estiver dentro de uma roupa espacial, isso significa que as bactérias naturais não estarão preservadas, o que tornará o processo de decomposição completamente diferente daquilo que aconteceria naturalmente. O resultado disso é que, potencialmente, este corpo permaneceria “vagando” pelo espaço.
O astrobiólogo Douglas Galante da um exemplo bastante gráfico e simples do que aconteceria. “A primeira coisa que vai acontecer é um processo de desidratação. Como a pressão é muito baixa, perde água. Não necessariamente como em filmes, em que o corpo explode. Você perde o ar, morre e aí perde água. Esta água vai sendo evaporada e você vai virar um ‘cheetos de batata frita’, completamente seco“, explica.
O que acontece nesse estágio é que o corpo fica seco, totalmente seco. Enquanto nenhum outro fator estiver envolvido, esse corpo ficará vagando pelo espaço. Dentro da região chamada de “baixa órbita terrestre”, grandes seriam as chances desse corpo virar uma “estrela cadente” e entrar na atmosfera terrestre, mas sendo consumido antes mesmo de chegar ao solo. Já no chamado “espaço profundo”, o mesmo não acontece; nesse caso, o corpo ficaria de fato vagando por tempo indeterminado.