Apesar de suas deficiências físicas e das limitações progressivas impostas por sua doença degenerativa, Stephen Hawking foi provavelmente o físico mais notável do mundo desde a era de Albert Einstein.
Lutador e vencedor, ao longo de toda a sua vida, ele conseguiu superar a imensidão de impedimentos impostos pelo mal de ELA, doença que o afligia desde os 21 anos de idade.
Hawking foi, sem dúvida, um caso particular de vitalidade e resistência contra a desgraça do destino.
Vida de Stephen Hawking
Em 8 de janeiro de 1942, dia em que completava trezentos anos após a morte de Galileu, Stephen Hawking nasceu na cidade de Oxford. Filho de Isabel e Frank Hawking, ele cresceu com duas irmãs mais novas, Philippa e Mary, e um irmão adotivo, Edward.
Após seu nascimento, no meio da Segunda Guerra Mundial, seus pais decidiram se mudar de Londres, que estava sendo constantemente bombardeada, e foram para St. Albans, uma cidade próxima. Ambos pensaram que era um lugar mais apropriado para criá-lo.
Depois de frequentar o ensino médio, Hawking ingressou na Universidade de Oxford, onde se formou em 1962 com os títulos de matemático e físico. Naquela época, ele era um jovem comum, cujas singularidades eram apenas sua inteligência brilhante e seu grande interesse pela ciência.
Mas aos 21 anos, no decorrer de uma sessão de patinação no gelo, o jovem Stephen escorregou e teve dificuldade em se levantar. No hospital, foi diagnosticado com um distúrbio degenerativo neuromuscular, ELA (esclerose lateral amiotrófica).
Os médicos presumiram que a doença acabaria com sua vida em poucos anos; no entanto, eles estavam errados. Naturalmente, a vida de Stephen não foi a mesma depois desse evento, mas suas limitações físicas não interromperam sua atividade intelectual.
Em outubro de 1962, iniciou seus estudos de doutorado no Trinity Hall, em Cambridge. Ele pediu para trabalhar com Fred Hoyle, mas o famoso astrônomo tinham muitos outros pedidos, e a solicitação foi negada.
Boas notícias, dado que, se ele tivesse realizado sua tese com ele, talvez sua fama não tivesse tido tal alcance, pois a principal linha de pesquisa de Hoyle, a teoria do estado estacionário, foi rejeitada anos depois.
Enquanto estudava para o doutorado, ele se casou com Jane Wayline (1965), com quem ele teve três filhos: Robert, Timothy e Lucy.
Depois de quase 25 anos de relacionamento, em 1990, o casal se separou, e o cientista foi morar com Elaine Mason, uma das enfermeiras que cuidava dele, e com quem, cinco anos depois, ele se casou; esta segunda relação durou até 2007. Durante este segundo casamento houve acusações de violência doméstica contra ele, um fato que ele mesmo negou.
Depois de obter o título de doutor em física teórica (1966), sua paixão pelo estudo da origem do universo foi aumentando, e sua pesquisa focou no campo da relatividade geral, particularmente em a física dos buracos negros, descrita pela primeira vez por Robert Oppenheimer em 1939.
Em 1971, ele sugeriu a formação, após o Big Bang, de muitos objetos chamados de “mini buracos negros”, que contêm cerca de um bilhão de toneladas de massa, mas ocupam apenas o espaço de um próton, uma circunstância que poderia causar enormes campos gravitacionais regidas pelas leis da relatividade.
Seus estudos sobre mini buracos negros levaria a combinar, pela primeira vez, a teoria da relatividade e a mecânica quântica, para resolver o problema de estudar estas estruturas muito pequenas e extremamente densas, em que ele não acreditava que poderia ser obtido algum conhecimento.
Em 1974, Hawking explorou algumas singularidades do binômio espaço-tempo.
Em 1977, ingressou no Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica de Cambridge, onde foi nomeado professor de física gravitacional.
Em 1980, assumiu à cadeira Lucasiana de Matemática Aplicada e Física Teórica, a mais importante de Cambridge, que Isaac Newton ocupou em 1663.
Ele contraiu uma pneumonia grave na Suíça em 1985 e os médicos o aconselharam a remover a máquina que o mantinha vivo. Transferido com urgência para o Reino Unido, ele passou por uma traqueotomia que salvou sua vida, mas o deixou sem voz.
Em 1988, ele publicou o livro de divulgação científica “Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros”, que fez um verdadeiro sucesso em todo o mundo, vendendo mais de 25 milhões de cópias.
Entre os anos de 1993 e 1996, ele trabalhou na série de televisão da BBC “O Universo de Stephen Hawking”, baseado em seu livro “Uma Breve História do Tempo”.
Em 2005, ele começou a se comunicar movendo um músculo sob o olho com o qual operava um sintetizador de voz. Ainda no mesmo ano, ele apresentou o livro “Brevíssima história do tempo”, que simplifica e atualiza a “Breve história do tempo”.
Em 2007, ele realizou um sonho: um voo para a estratosfera convidado pela empresa norte americana Zero Gravity, na qual ele podia experimentar a gravidade zero.
No ano de 2008, Stephen publicou “A Chave Secreta do Universo”, um livro destinado a crianças e escrito em colaboração com sua filha Lucy.
Em 2009, ele deixou a propriedade da cadeira Lucasiana de Matemática na Universidade de Cambridge e tornou-se diretor de pesquisa na escola.
Um documentário sobre sua vida dirigido por Stephen Finnigan foi lançado em 2013.
Em 2015, Stephen apresentou na Royal Society of London, um projeto de busca de vida extraterrestre financiado pelo bilionário russo Yuri Milner.
Em 2017, ele mostrou seu apoio a um programa financiado por Yuri Milner, que tinha um propósito de enviar uma nave para outro sistema solar, um novo modelo de nave espacial que promete alcançar o sistema estelar mais próximo, o Alpha Centauri.
Morte de um gênio
Stephen Hawking morreu em 14 de março de 2018, aos 76 anos, em Cambridge, mesmo lugar onde nasceu, depois de 55 anos sofrendo de esclerose lateral amiotrófica. Sua luta pessoal, sua excepcional sobrevivência diante dessa doença, e sua mente prodigiosa, fizeram dele um dos personagens mais midiáticos e admirados do século.
Embora ele nunca foi premiado com o Nobel, como o seu braço de pesquisa era puramente teórico, ele fez enormes contribuições para a astrofísica no estudo dos buracos negros, como a sua contribuição para a existência de radiação na singularidade destes. Um verdadeiro GÊNIO!