O fim de 2019 jamais será esquecido pela humanidade. Essa frase não é um exagero ou figura de linguagem, mas a observação de um fato. Na reta final daquele ano, o mundo começou a repercutir a notícia de que um vírus perigoso ameaçava um surto de magnitude potencialmente global. No fim de 2019, ainda não sabíamos mas, já contemplávamos a chegada de uma pandemia que se aproxima de completar dois anos. Os efeitos da pandemia são devastadores e os números provam. Só no Brasil, o número de mortos passa de 600 mil – apenas os EUA tiveram mais mortes, superando as 800 mil.
Com isso, é seguro afirmar que temos muito o que aprender (e com o que nos preocuparmos). A resposta Global ao perigo foi lenta, ineficiente e inadequada. A maioria dos países foi lento em fechar suas fronteiras e aplicar medidas sanitárias para impedir a propagação do vírus – sem contar os governos que minimizaram o vírus, como o próprio caso brasileiro.
É provável que novos protocolos sejam colocados em prática daqui para frente, para garantir que esse tipo de situação seja enfrentada de forma mais eficaz daqui para frente. No entanto, ainda não chegamos lá e alguns casos mostram que um pouco de pressa era bem-vinda. Há poucos dias, a OMS confirmou preocupação em relação a uma doença desconhecida que já se aproxima de matar 100 pessoas no Sudão do Sul.
O país tem sido afetado por fortes chuvas, que tem causado destruição e muitas inundações. A cidade de Fangak, no estado de Jonglei, tem recebido grande atenção da OMS. Isso porque cerca de 89 mortes já foram confirmadas e associadas a uma doença misteriosa. Não foram divulgados detalhes dos sintomas, mas uma equipe da OMS já descartou que se trate de doenças conhecidas, como Malária ou Cólera.
Por que isso é importante? A pandemia da covid-19 tornou claro que as fronteiras de um país não são relevantes quanto o assunto são doenças. Novos vírus, bactérias, fungos e outros microorganismos, passam a ser interesse de todo mundo (como já deveria ser) e não apenas um problema local. Sabendo disso, a OMS (Organização Mundial da Saúde), enviou uma equipe de pesquisa para a cidade. No entanto, até o momento, nenhum teste revelou qual a causa da doença.
“Decidimos enviar uma equipe de resposta rápida para fazer uma avaliação de risco e investigação. Eles irão coletar amostras dos doentes. Por enquanto, provisoriamente, o número que obtivemos foi que houve 89 mortes”, afirmou a porta-voz da OMS, Sheila Baya.
O norte da África vive períodos de grande aflição em decorrência das fortes chuvas. No Sudão do Sul, não é apenas o estado de Jonglei que sofre. Estados vizinhos também tem assistido o número de mortes crescer, associados as inundações. A escassez de comida já causou mortes por desnutrição, especialmente entre crianças, e aumento de casos de doenças como a malária. De acordo com a Organização das Nações Unidas, a situação do país é a pior em décadas e mais de 700 mil pessoas foram afetadas pelas inundações, que tem causado um surto de doenças associadas a água contaminada.