Cotidiano

Vacina contra Malária excede exigências de eficácia em primeiro teste clinico

A pandemia da covid-19 fez com que muitos de nós até nos esquecemos da existência de outras doenças. Não é como se elas não existissem, mas o risco da covid-19 acabou ocupando um espaço muito grande e sendo o foco da ansiedade, medo, insegurança. Afinal de contas, em geral, a mídia passou a ser dominada por notícias sobre a doença, e a pandemia em geral, fazendo com que se tornasse difícil esquecer.

Acontece que não é bem assim que as coisas de fato funcionam. Apesar de haver um grande esforço global em função do combate a pandemia da covid-19, ainda existem incontáveis pesquisas sendo conduzidas sobre diversas doenças que continuam oferecendo risco a humanidade. Uma dessas doenças é a Malária, que infecta mais de 200 milhões de pessoas e mata cerca de 400 mil por ano, como foi em 2019. A maior parte dos casos é observada no continente africano, onde a maioria das vítimas são crianças com menos de 5 anos.

A Universidade de Oxford (a mesma por trás da Covishield) também trabalha em uma vacina contra a malária, o que pode trazer a solução para esses casos. Testes clínicos do imunizante desenvolvido pela Universidade tiveram resultados muito promissores, superando a taxa considerada aceitável pela OMS. A equipe responsável pelo imunizante é a mesma que trabalhou exaustivamente na vacina contra a covid.

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A OMS exige que as vacinas apresentem uma taxa de eficácia superior a 75%, algo que foi superado pela vacina contra a malária da Oxford. As descobertas foram relatadas em um preprint para a revista científica Lancet, o que significa que os resultados ainda precisam ser revisados por pares. O ensaio clínico de fase IIb mostrou que a vacina contra malária da Oxford University é 77% eficaz na dose mais elevada ao longo de um período de acompanhamento de 12 meses, enquanto a dose mais baixa foi 71% eficaz. Nenhum resultado adverso à saúde foi relatado e a vacina foi bem tolerada.

“Esses resultados são muito empolgantes e mostram níveis de eficácia sem precedentes de uma vacina que foi bem tolerada em nosso programa de ensaio. Estamos ansiosos para o próximo ensaio de fase III para demonstrar dados de segurança e eficácia em larga escala para uma vacina que é muito necessária neste região “, disse, em comunicado, Halidou Tinto, Professor de Parasitologia, Diretor Regional do Instituto de Pesquisa em Ciências da Saúde em Nanoro, Burkina Fasso, e principal investigador do estudo.

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Um estudo maior de fase III está começando agora com o recrutamento para testar a segurança e eficácia em uma recorte maior de 4.800 crianças de 5 a 36 meses em quatro países africanos, o que, se bem-sucedido, pode significar que uma vacina viável contra a malária está no horizonte.

Apesar dos esforços globais contra a malária, muitas vidas ainda são perdidas devido a esta doença, especialmente bebês e crianças pequenas. As vacinas podem mudar isso. Este é um resultado extremamente promissor que mostra a alta eficácia de uma vacina segura, de baixo custo e escalável projetada para alcançar o grande número de crianças que estão em maior risco do impacto devastador da malária. Embora mais estudos sejam necessários, isso marca um passo significativo e emocionante em um desafio crítico de saúde global“, disse Lynsey Bilsland, da Wellcome, que ajudou a financiar a pesquisa.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]