Em junho de 2021, olhando para trás podemos pontuar alguns erros cometidos até aqui. Um dos maiores erros da humanidade, de forma geral, foi ter duvidas sobre o potencial catastrófico da doença. A pandemia, que foi anunciada por vários especialistas, realmente se revelou letal, como era anunciado. O problema é que muitos governantes duvidaram, o que tornou lenta a resposta a pandemia.
Essa não é uma particularidade brasileira, muitos outros países adotaram medidas pouco efetivas. Na Suécia, por exemplo, considerado um país de primeiro mundo, não foram impostas medidas de distanciamento social e o saldo de mortes impressiona. O histórico da evolução da pandemia vai ser continuamente estudada, sem dúvidas.
Agora, o que fica claro é que este ano já é pior em termos de mortes do que o ano passado. Mais pessoas morreram de COVID-19 já este ano – menos de 6 meses em – do que em 2020. Embora muitos países pareçam estar se recuperando e a distribuição da vacina esteja bem encaminhada em algumas partes do mundo, este fato é um lembrete severo de que a pandemia global está longe de terminar.
Houve 1,88 milhão de mortes de COVID-19 relatadas em 2020. De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins analisados pelo The Wall Street Journal, o número total de mortes de COVID-19 em 2021 ultrapassou este marco na quinta-feira, 10 de junho. No último dia 11 de junho, o número de mortes de COVID-19 foi de 3.775.180.
Partes da América do Norte e da Europa viram um aumento surpreendente de casos no início de 2021 devido a novas variantes. Embora muitos desses países estejam agora começando a ver o declínio das mortes, em parte graças ao seu programa de vacinas, a pandemia continuou a se espalhar em partes da Ásia e da América Latina.
O número de mortes global sofreu um forte impacto do avanço da pandemia na Índia. O país asiático assiste o total descontrole da pandemia, com o surto de novas variantes. No total, a Índia relatou 29.274.823 casos e 363.079 mortes, apenas no ano de 2021. No auge da crise na Índia, os hospitais estavam ficando sem leitos e desesperados por oxigênio. Piras funerárias em massa foram montadas para cremar o fluxo de vítimas, enquanto centenas de cadáveres foram encontrados flutuando no rio ou enterrados na areia das margens do Ganges, o rio mais sagrado da Índia.
Grande parte dessa onda desastrosa na Índia está sendo impulsionada pela variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, que foi estimada como 60% mais transmissível do que outras variantes e mais resistente às vacinas. Vale dizer que a OMS passou a nomear as variantes segundo o alfabeto grego. Assim, a variante indiana se tornou delta. Da mesma forma, a variante brasileira se torna Gamma e assim por diante.
Argentina, Brasil, Colômbia e vários outros países sul-americanos ainda sofrem de um número altíssimo de casos. Isso também pode ser parcialmente explicado por uma variante problemática (neste caso, a variante Gama, identificada pela primeira vez no Brasil). O Uruguai é o caso mais surpreendente. O país vacina em ritmo mais acelerado na América do Sul, mas tem também o maior número de mortes proporcional.