Historicamente o ser humanos sempre tende a se atrair por mudanças. Ainda que alguns setores da sociedade gostem de tentar se agarrar em algo que parece estático, a verdade é que tudo sempre muda. É natural do ser humano mudar, se adaptar, transformar e provocar alterações em si mesmo e no meio onde vive.
Se avaliarmos como era o mundo nos anos 2000, por exemplo, veremos mudanças. É em função dessa característica humana que o crítico e polemista irlandês George Bernard Shaw eternizou sua célebre frase:
Aqueles que não conseguem mudar de ideia não conseguem mudar nada
Mas como ser capaz de acompanhar mudanças e, principalmente, ser também um canal para que elas aconteçam. A ciência explica que é fundamental ter o “cérebro elástico”. Essa elasticidade se refere a chamada flexibilidade cognitiva, que é justamente a habilidade de mudar e se adaptar a certas situações.
Ao longo da vida, conforme a ciência explica, as pessoas acabam criando “vícios” na forma como agem. São ações e pensamentos repetitivos, que sempre acabam se manifestando, independente da situação. Quanto mais condicionado a uma determinada atitude, menos elástico seu cérebro é.
A elasticidade mental serve inclusive como um mecanismo de sobrevivência. Afinal de contas, ao longo da história, o ser humano precisou se adaptar muitas vezes diante de ameaças potencialmente fatais. Inclusive, atualmente, vivemos uma pandemia global que já matou mais de 4 milhões de pessoas. Só no Brasil, esse número se aproxima de 600 mil. O que aprendemos com isso?
Países onde o negacionismo não teve espaço e as pessoas se apressaram a se adaptar, o número de mortes foi vertiginosamente menor. A Nova Zelândia, por exemplo, com seus 5 milhões de cidadãos, registrou apenas 26 mortes. É claro que ser uma ilha ajudou muito, mas o vírus chegou até o país apenas foi possível conte-lo porque não só o governo agiu, mas a população, de uma forma geral, aderiu as medidas.
Este é um exemplo de que a mudança e a adaptação representam uma característica fundamental para o ser humano. Ao mesmo tempo, só é possível aceitar e se adaptar a mudanças quando você é aberto à elas e possui uma mente elástica o suficiente para conceber e aceitar novas ideias.
Por isso, desafios e jogos que estimulam o cérebro a permanecer em atividade podem ser tão relevantes e recomendados. Conheça algumas opções:
TESTE DE STROOP
Distribua a sua frente pedaços de papeis com as cores verde, amarelo, roxo, laranja, azul, rosa, violeta, cinza e preto. Agora, tente tocar nas cores equivalentes as palavras, ignorando a cor em que foram escritas as palavras. Neste teste, seu cérebro é estimulado a pensar antes de agir e não apenas saltar no impulso.
HÁBITOS DIÁRIOS
Você pode se estimular diariamente com atitudes muito simples, mas que ajudam seu cérebro a se manter ativo:
- reflita sobre algo no que você não acredita
Não se trata de defender algo no que você não acredita mas sim tentar entender o ponto de vista. Lembre-se, você não precisa concordar com aquele pensamento, mas pensar sobre ele.
- pense sobre seus erros
Muitas vezes, por constrangimento, tentamos esquecer algo que fizemos errado. Essa, no entanto, é uma atitude que nos impede de aprender com esse erro e crescer a partir dele. Quanto mais elasticidade mental você tiver, mais terá clareza sobre um princípio fundamental: você não esta sempre certo. Dessa forma, você pode aprender a se poupar do hábito de sempre tomar as mesmas decisões. É também um exercício de abrir mão da própria arrogância.
- se abra para alimentos novos
Sabe aquele jiló que você nunca comeu mas jura de pé junto que não gosta? A comida é extremamente estimulante, do ponto de vista cerebral. No entanto, nos habituamos a sempre comermos as mesmas coisas e isso acaba colaborando para tornar o nosso cérebro menos elástico.
- não evite conhecer pessoas novas
É importante sempre se preservar no que diz respeito a sua segurança, mas nem todo estranho é uma ameaça e nem toda conversa precisa ser ameaçadora. Conversar com pessoas novas, principalmente pessoas que discordam de você, pode te abrir a uma oportunidade inesperada de ser empático e compreensivo. Ainda que, ao fim da conversa, você concordem apenas em discordar, toda a interação já foi um grande estímulo.
- consuma arte
Mais uma vez, o assunto volta a ser sobre estímulo. Não consuma arte apenas que te interessa (como as mesmas músicas de sempre, os mesmos filmes e series), se desafie: visite uma exposição, escute algo novo, vá ao teatro para ver algo aleatório, etc.