Muitas pessoas devem se lembrar da última semana de dezembro de 1992. Além de ser um período agitado pelas comemorações de fim de ano, naquele ano específico, algo a mais tomou as notícias do país.
Daniella Perez já era muito conhecida por ser filha de Glória Perez, famosa e reconhecida escritora de novelas da Globo. No entanto, a jovem começava a também escrever sua própria história como atriz, tendo ganhado um papel de destaque na emissora.
Daniella atuava na novela Corpo e Alma, em um papel que conquistava o carinho do público. Sua personagem fazia par romântico com o personagem interpretado pelo jovem ator Guilherme de Pádua, que também ganhava os corações dos brasileiros.
No entanto, inveja e ambição atravessou a história de Daniella. A jovem foi encontrada morta, com pelo menos 18 perfurações de facadas, em uma zona de mata, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O caso rapidamente tomou as manchetes de todo o país. Daniella Perez, filha de Gloria Perez e atriz em ascensão, estava morta e o crime havia sido brutal.
Daniella vivia um bom momento em sua vida pessoal, havia se casado recentemente com Raul Gazolla e vinha despontando como promessa na carreira de atriz. Mas tudo acabou em dezembro de 1992.
A MORTE DE DANIELLA PEREZ
Daniella havia saído dos estúdios Globo depois da gravação diária da novela, na companhia de Guilherme de Pádua e da esposa dele, Paula Thomaz. Os três estavam em carros diferentes e se separaram quando encontraram um grupo de fãs.
Guilherme deixou o estacionamento com a esposa, em um Santana. Daniella atendeu os fãs e saiu depois, em um Escort. Foi pouco tempo de diferença, mas favoreceu a emboscada armada pelo casal.
Daniella havia parado em um posto de gasolina e teve a saída do local bloqueada por Guilherme. Reconhecendo o ator, Daniella se aproximou para ver o que estava acontecendo, quando recebeu o primeiro soco.
A atriz desmaiou e foi colocada no banco de trás de seu próprio carro. Guilherme dirigiu, com Daniella desacordada, até a mata na Barra da Tijuca, sendo acompanhado por Paula Thomaz, que dirigia o Santana.
Juntos, Paula e Guilherme levaram Daniella, ainda desacordada, para dentro da mata e a mataram com 18 facadas. O corpo foi abandonado no local, Guilherme e Paula seguiram caminho como se nada houvesse acontecido.
DESCOBERTA DO CORPO, ENTERRO E CONFISSÃO
Poucas horas depois do crime, o corpo de Daniella foi encontrado. A foto do corpo estampou as capas dos principais jornais do país. No enterro, de forma fria, Guilherme esteve presente e chegou a consolar Glória e Raul, mãe e marido de Daniella.
Apesar disso, não demorou muito para que ambos confessassem o crime. Uma testemunha anotou a placa do Santana por suspeitar do carro estacionado na mata e entregou a numeração a polícia.
As investigações descobriram que Guilherme havia adulterado a placa do carro, com uso de fita isolante, evidenciando que a morte de Daniella havia sido premeditada.
A motivação do crime nunca foi realmente exposta, mas a hipótese dos investigadores era de que Guilherme estava frustrado com a atenção que seu personagem recebia na novela e voltou essa frustração contra Daniella, já que a mãe dela, Glória, era escritora da novela.
SENTENÇA
Guilherme e Paula foram condenados pela morte de Daniella, ambos por homicídio doloso. Os dois foram liberados após cumprir um terço da pena, ainda na década de 90, e seguiram suas vidas.
Guilherme agora é evangélico e se casou de novo. Paula também se casou novamente e tem dois filhos.