O ácido hialurônico não é uma “invenção” nova, mas apenas recentemente passou a ser parte do cotidiano das pessoas. De algum tempo para cá, essa é uma substância presente em prateleiras das farmácias, procedimentos estéticos e todo tipo de produto dessa ordem. O ácido hialurônico se tornou popular, mas a verdade é que boa parte das pessoas não conhece tão bem a substância.
Um dos motivos pelos quais a substância se popularizou tanto é a alta de procedimentos estéticos a base dele. A “harmonização facial” pode ser feita com algumas substâncias e uma delas é o ácido hialurônico. No entanto, ele não se limita a isso. Cremes, géis, pomadas e outros produtos podem conter a substância em sua composição e prometer uma série de benefícios.
Mas o uso do ácido hialurônico não para na indústria estética, muito pelo contrário. Um dos fatos relacionados ao ácido que muita gente não sabe é que o próprio corpo é capaz de produzi-lo, servindo a fins muito mais profundos do que apenas a estética. Um novo estudo, por exemplo, sugere que o ácido hialurônico seja capaz de auxiliar na reparação de músculos danificados.
O estudo foi conduzido por pesquisadores canadenses e a descoberta é interessante. Segundo o estudo, o ácido hialurônico é parte importante no processo de regeneração. Esse processo acontece, segundo a pesquisa, porque o ácido hialurônico é capaz de ativar as células-tronco, que vão atuar na regeneração da região danificada. É importante salientar, para que não fiquem dúvidas, de que este não é o mesmo ácido encontrado em farmácias, a pesquisa se refere a substância produzida naturalmente pelo corpo.
O artigo foi publicado na revista Science e desenvolvido por estudiosos do Hospital de Ottawa. “Após a lesão muscular, as células-tronco musculares devem se coordenar com as células imunes no tecido inflamado para garantir o reparo eficiente”, explica o estudo. O processo não era desconhecido pela ciência, mas o estudo trouxe detalhes que ainda traziam questões.
Isto é, a ciência já sabia que a regeneração muscular dependia do trabalho conjunto entre as células-tronco e as células do sistema imunológico. Como essa interação acontecia e como as células eram ativadas ainda não era um processo claro. Entender como esse processo acontecia era importante e pode revelar caminhos para o desenvolvimento de novos tratamentos e terapias. Ou seja, trata-se de uma pesquisa que pode revolucionar a forma como os tratamentos são desenvolvidos.
“Nosso estudo mostra que as células-tronco musculares estão preparadas para iniciar o reparo imediatamente, mas as células imunológicas mantêm as células-tronco em estado de repouso enquanto terminam o trabalho de limpeza. Após cerca de 40 horas, uma vez que o trabalho de limpeza é concluído, um alarme interno dispara nas células-tronco musculares que permite que elas acordem e iniciem o reparo“, explica o médico Jeffrey Dilworth.
É exatamente nesse momento que o ácido hialurônico atua, segundo a pesquisa, porque ele seria responsável por “acordar” as células-tronco, depois que as células imunológicas terminam o processo de limpeza da área que precisa ser restaurada e estão prontas para dar espaço.
