Uma das coisas mais fascinantes a respeito da ciência é o fato de que muito do passado consegue ser descoberto. Hoje, cientistas possuem vários recursos para investigar fatos do passado e chegar a conclusões. Em alguns casos, as descobertas são realmente inquestionáveis; enquanto que, em outras, acabam sendo o “melhor chute” possível.
É claro que, para ser considerado algo científico, é preciso haver método, comprovação e contestação. Ainda assim, muitas vezes os cientistas podem apenas especular certas informações. É neste caminho que pesquisadores acreditam ter solucionado um mistério antigo e que vinha desafiando os conhecimentos científicos.
Para entender do que estamos falando, é preciso voltar a 2016. Naquele ano, pesquisadores descobriram diversos jazigos na região de Shandong, na China. No local, os cientistas desenterraram corpos humanos e se surpreenderam. Aconteceu que os corpos não pareciam “fazer sentido” para a região.
Acontece que, de acordo com as pesquisas e documentos históricos, sabia-se que Shandong possuía uma população de baixa estatura, com média de 1,65 metros. Os corpos localizados, no entanto, indicavam ter pertencido a pessoas com mais de 1,90 metros de altura. Com isso, os corpos acabaram ganhando fama de “gigantes”. Desde então, diversos cientistas tentavam entender como alguns homens e mulheres podiam ser tão altos, numa região onde as pessoas eram baixinhas.
Uma explicação que faz sentido
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Shandong, que vinha se dedicando ao assunto nos últimos anos, acredita ter descoberto o segredo por trás do mistério. Fang Hui, líder da pesquisa, concedeu uma entrevista a agência de notícias do governo local, e falou sobre o assunto.
O que os pesquisadores perceberam é que aquela comunidade vivia em uma área privilegiada de Shandong. Embora a população da província tivesse média de 1,65 m de altura, os moradores daquela região eram consideravelmente mais altos. Para os pesquisadores, o segredo esta no acesso a comida.
Próximo ao Rio Amarelo, um dos principais rios do país até hoje, aquela população tinha uma posição privilegiada. Além de acesso a água potável com facilidade, eles podiam pescar e cultivar alimentos também com facilidade. A proximidade da água os favoreceu, permitindo um acesso mais facilitado também à comida.
Somado esses fatores, os pesquisadores acreditam que os “gigantes de Shandong” tinham um acesso maior a nutrição, o que favorecia seu desenvolvimento corporal, permitindo um maior desenvolvimento e, consequentemente, uma altura muito mais destacada do que o restante dos moradores da área.
A explicação tem sido bem aceita pela comunidade científica, que vinha debruçada sobre esse assunto nos últimos anos. É claro que este é um assunto que deverá ser alvo de novas pesquisas, mas realmente a proximidade ao rio permitia uma condição e qualidade de vida muito diferente dos demais.
A ciência já tem evidências de que povos antigos se desenvolviam de forma mais expressiva quando tinham proximidade com alguma fonte de água potável. Um grande exemplo são os povos egípcios com proximidade ao rio Nilo. No caso do povo de Shandong, os pesquisadores acreditam que o assentamento tenha sido estabelecido há cerca de 5 mil anos atrás.
