Ao ler o título, provavelmente você se espantou e até pensou que se trata de uma matéria falsa, não é mesmo? Acontece que a história é verdadeira e tratada como um marco na ciência, não é por menos!
Quando se fala em furão, a maioria das pessoas se lembram do Mustella putorius furo, certo? Este é um animal super conhecido e até mesmo criado dentro de casa por algumas famílias, em algumas regiões.
Acontece que os furões são uma família de animais que tem outras espécies. Uma dessas espécies é o furão-de-patas-pretas, muito semelhante ao mustella, mas com a coloração diferente e algumas particularidades.
Uma dessas particularidades, infelizmente, é o fato de que se trata de uma espécie quase extinta. O animal há anos tem figurado as listas de espécies em extinção e já não é mais encontrado em algumas regiões onde costumava viver.
É aí que entra a história de Willa, uma fêmea que morreu em 1988. Seu corpo foi congelado naquela época por cientistas que acreditavam que conseguiriam usar seus genes mais tarde.
Com o surgimento de novas tecnologias, no ano passado, os cientistas finalmente conseguiram usar o material genético de Willa, preservado por 33 anos. Assim nasceu seu clone, batizado de Elizabeth Ann.
Elizabeth compartilha praticamente toda a composição genética de Willa e agora é vista como uma verdadeira esperança para que a espécie não entre em extinção. A expectativa dos cientistas é aumentar a diversidade da espécie e “repovoar” as regiões naturais desses animais.
A PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE
A Mustela nigripes era comumente encontrada na América do Norte, mas a partir do século XX começou a ser raramente encontrada. Alguns fatores contribuíram para isso, mas especialmente a caça desenfreada do animal.
Além da caça, a espécie também teve outros problemas. A região sofreu com pragas que diminuiu a oferta de alimentos e condições de sobrevivência, além disso, sua principal presa (cães de pradaria) também eram alvo de caça.
Entre as décadas de 70 e 80 teve início uma força-tarefa para a preservação desses animais. Alguns indivíduos foram localizados e biólogos de todo o mundo se uniram para elaborar formas de protege-los.
Sete indivíduos foram encontrados nesse período de 10 anos e, com esses animais, cientistas conseguiram gerar mais mil indivíduos, que foram devolvidos a natureza. É nesse momento que Willa entra na história.
Os novos 1000 indivíduos, e seus filhotes, possuem pouca variedade genética e, por isso, acabam sendo muito mais sujeitos a ameaças. São fracos, biologicamente falando. A introdução de Willa tem um valor imensurável nesse aspecto.
Assim que Elizabeth Ann gerar novas crias, novas variedades serão criadas e isso, segundos os cientistas, fortalece a espécie. Mais fortes, os Mustela nigripes se tornam mais resistentes e mais capazes de resistir a extinção.
Elizabeth foi gerada a partir dos genes de Willa e inseminada em uma fêmea Mustela putorius furo. A gestação foi um sucesso e Elizabeth tem cerca de dois meses de idade, mas o anúncio só foi feito agora.
Os cientistas estão ansiosos para a inserção de Elizabeth na natureza, mas tudo isso será feito com muito cuidado para não arriscar.