Você talvez já tenha visto, ou talvez não, alguém andando por aí vaporando uma fumaça que não vem de um cigarro comum. Em muitos casos, o que você esta vendo é um cigarro eletrônico. O acessório sofreu um verdadeiro boom nos últimos dois anos e virou uma febre, inclusive entre adolescentes e jovens adultos. O grande problema relacionado ao consumo desse produto é que as pessoas não se dão conta de que estão fumando de verdade, embora de um cigarro não convencional.
Também conhecido como vape ou e-cig, o cigarro eletrônico surgiu como uma alternativa “menos perigosa” que o cigarro comum. No entanto, seus riscos são extensos e amplamente divulgados por sociedades médicas, inclusive no Brasil. Os perigos associados ao produto, principalmente em adolescentes e jovens, são sérios e podem levar à morte. Nos Estados Unidos, por exemplo, um dos países com maior número de consumidores do vape, uma grave síndrome respiratória já foi associada ao cigarro – tendo atingido centenas de usuários e matado dezenas, em um intervalo de apenas um mês.
A situação é tão séria no país, que algumas cidades e estados já chegaram a proibir a venda do produto. Como os médicos suspeitam que o agravante esteja nos aditivos do produto, como aromatizantes, essas são as versões mais afetadas pelas restrições. O que assusta, em relação ao cigarro eletrônico, é que ninguém sabe realmente como funciona a interação com o corpo ainda.
Mas não são apenas os pulmões afetados pelo vape. Um estudo, publicado no American Journal of Preventative Medicine, revelou que o cigarro também atinge homens de forma específica. Segundo o estudo, homens que usam o cigarro eletrônico tem até duas vezes mais chances de desenvolver disfunção erétil, quando comparados a homens que não usam o vape.
Os pesquisadores explicam que a nicotina é conhecida por prevenir a vasodilatação e restringir o fluxo sanguíneo, o que provavelmente contribui para a disfunção erétil. Como os cigarros, alguns líquidos do vaporizador contêm nicotina, embora muitos não. No entanto, os autores apontam que mesmo aqueles que não contêm nicotina mostraram reduzir os níveis de testosterona em roedores ao inibir duas enzimas essenciais que são necessárias para sintetizar esteróides.
O estudo chama a atenção para algo que é realmente relevante e precisa ser estudado mais a fundo. Apesar disso, os autores da pesquisa também fazem uma ressalva sobre suas conclusões. Acontece que parte da pesquisa se baseou em dados obtidos através de entrevista. Neste caso, os autores fazem uma observação porque nem sempre os voluntários relatam informações precisas e corretas.
Apesar disso, esta é uma área que merece mais atenção, defendem os pesquisadores. É importante que o consumidor final, seja ele quem for, esteja amplamente informado sobre os riscos que determinada atitude pode acarretar. Neste caso, a disfunção erétil é um problema sério e atinge milhões de homens, que muitas vezes se sentem envergonhados de buscar ajuda e tratamento. O problema, em boa parte dos casos, gera problemas de ansiedade e até mesmo transtornos emocionais que precisam ser encarados de frente.