Uma jovem britânica correu um grave risco de morrer com câncer sem nem ao mesmo ter conhecimento da doença. O drama da família começou meses antes do diagnóstico finalmente ser fechado, com sintomas “comuns” e um primeiro diagnóstico de virose. A história de Imogen Selvester, de apenas 12 anos de idade, gera espanto e também revolta; afinal de contas, como um câncer em estágio avançado pode ter sido confundido com uma simples virose?
O sistema de saúde do Reino Unido é um dos melhores do mundo e, ainda assim, Selvester passou semanas sofrendo com um câncer não diagnosticado. A menina procurou o hospital pela primeira vez no começo do ano, sentindo coceira, suor noturno, fadiga e um inchaço estranho no pescoço. O primeiro diagnóstico foi de virose, uma infecção viral que se resolveria sozinha. A mãe da menina foi orientada a tratar do problema em casa e voltar ao hospital num prazo de três semanas, caso o problema não se resolvesse.
O problema é que Selvester foi mandada para casa sem realizar nenhum exame e, no período em casa, contraiu a covid-19. A menina sofreu um intensa piora em seu estado de saúde e o contágio da covid-19 gerou ainda mais dificuldade para que o diagnóstico certo fosse alcançado; isso porque os médicos começaram a tratar os problemas posteriores da menina como possíveis sequelas do vírus.
Quando finalmente voltou ao hospital, depois de vencer a covid-19, a menina recebeu pedidos de exames de imagem. Os médicos começavam a suspeitar que talvez existisse algo além de uma simples virose, mas a fila para realizar os exames era enorme e demoraria 3 meses para que Selvester pudesse fazer. Enquanto aguardava para fazer o exame, a menina sofreu uma nova piora.
Antes mesmo que pudesse fazer os exames de imagem, a menina teve uma nova piora e a família se alarmou, tomando a decisão de correr para a emergência. Imogen começou a apresentar icterícia, que representa um comprometimento do fígado que deixa o corpo com um tom amarelado, inclusive as mucosas. “Ela estava amarela, com febre de 40 graus e urina de cor estranha. Levei ela correndo para o hospital”, lembra a mãe. Na emergência, a família ouviu que o problema se tratava de uma sequela da covid-19.
Mesmo com a suspeita de que o problema fosse uma sequela da covid-19, os médicos pediram uma tomografia e o exame revelou o verdadeiro problema. As imagens não deixavam dúvida de que Imogen lutava contra um Linfoma de Hodgkin, em estágio avançado. A doença já havia se alastrado para diversas partes do corpo da menina, inclusive coração e traqueias. A menina foi submetida a quimioterapia imediatamente e continua realizando o tratamento.
Embora a doença seja cruel e tenha sido descoberta em estágio avançado, os médicos estão confiantes de que Imogen será capaz de vencer a doença. Esse tipo de câncer é conhecido por atacar o sistema linfático do organismo, podendo se alastrar rapidamente. No caso de Imogen, um exame de imagem meses antes, quando o inchaço na garganta foi observado, já poderia te-la poupado de meses de sofrimento e possibilitado um tratamento mais rápido.