China e Estados Unidos, há anos, uma tensão retroalimentada pela disputa que ambos os países possuem em relação a uma série de coisas. Tanto EUA, quanto China, se esforçam para serem as maiores potências do mundo e, há décadas, revezam esse posto. As disputas entre China e EUA estão sempre mexendo no “tabuleiro” global e influenciam diretamente em muitas das relações internacionais, inclusive do Brasil.
Embora ambos os países pareçam se respeitar, também é comum uma troca de farpas aqui e acolá, inclusive publicamente. Nesta semana, alguns exemplos bem claros acabaram sendo demonstrados e é sobre isso que vamos falar. Há poucos dias, por exemplo, um porta-voz chinês se manifestou para negar acusações estadunidenses de que o país asiático estaria planejando colonizar a lua, com forças militares.
A história começou quando Bill Nelson, administrador da NASA (a agência espacial dos EUA), declarou em uma entrevista que “precisamos estar muito preocupados com o fato de a China estar pousando na Lua e dizendo: ‘é nossa agora e você fica de fora‘”. A entrevista foi publicada no último dia 2 e imediatamente gerou reações da China, que acusou os EUA de praticar “difamação irresponsável“.
A relação dos dois países nesse aspecto é tão embaçada quanto em todos os outros. De um lado, a China lembra todas as vezes que convocou uma “comunidade de nações no espaço”. O país também afirma ter sempre se oposto a ideias de armamento e militarização do espaço e acusa os EUA de criar narrativas falsas. “O lado norte-americano constantemente construiu uma campanha de difamação contra os esforços normais e razoáveis da China no espaço sideral, e a China se opõe firmemente a tais comentários irresponsáveis”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
A verdade é que ambos os países tem investido em pesquisa e estão explorando o espaço, em especial a Lua. A China pretende enviar uma missão tripulada à Lua até o fim desta década, já os EUA esperam fazer, no máximo, até 2025. Mas não é só pela Lua que ambos os países tem trocado farpas, os semicondutores também tem dado o que falar. Especialmente nesse período, pós o pico da pandemia e os esforços para “voltar ao normal”, semicondutores viraram um dos itens mais procurados nas fábricas.
EUA e China brigam por contratos de fornecimento e, recentemente, o país americano estaria formando um lobby para impedir que empresas, como holandesa ASML Holding NV e a japonesa Nikon Corp., façam negócio com o país asiático. Ambas as empresas podem fornecer tecnologia para a produção de semicondutores e o país que tiver acesso a elas “sai na frente”.
Mais uma vez, Lijian se manifestou como porta-voz de seu país e engrossou o tom contra os EUA. “Esse é mais um exemplo da prática americana de diplomacia coercitiva ao abusar do poder do Estado e exercer hegemonia tecnológica. É o terrorismo tecnológico clássico (…) Isso apenas lembrará a todos os países os riscos da dependência tecnológica dos EUA e os levará a se tornarem independentes e autossuficientes em um ritmo mais rápido“, declarou.