Você já parou para se perguntar como sua voz é produzida? Muitas vezes nem alimentamos a curiosidade sobre um ato tão comum como falar e temos pouco conhecimento sobre um processo tão complexo e importante para os seres humanos. É impressionante a quantidade de sons que conseguimos reproduzir e as diferentes entonações que cada pessoa tem. A voz pode ser uma característica que nos define, além de termos estabelecido a fala como uma das mais importantes formas de comunicação e interação com a sociedade em que vivemos.
E para produzir os sons que se transformarão em palavras nós temos um incrível e delicado sistema fonador formado por diversos órgãos que trabalhando em conjunto produzem a nossa fala:
Pulmões, traqueia, laringe, nariz, boca, etc.
Para que o processo se inicie ele precisa de um tipo de combustível, que neste caso é o ar. O fluxo aéreo expiratório saí dos pulmões, passa pela traqueia e chega à laringe onde atinge um tecido musculoso conhecido popularmente como cordas vocais. É a vibração dessas “cordas” que produz os sons.
E depois estes sons precisam ser modulados para se transformarem em nossas palavras e conseguirmos nos comunicar com nossos semelhantes. Nós moldamos os sons usando a língua, os lábios, o nariz e vários músculos que se encontram nessa região para conseguirmos o resultado que queremos.
Para uma melhor visualização e compreensão vamos imaginar um instrumento de sopro como uma clarineta. Somente a passagem do ar pelo instrumento não garante que os sons sejam produzidos. Apenas soprá-lo com o ar passando livremente não produziria resultados. É necessário haver um obstáculo no trajeto do ar para que as vibrações produzam sons. Na clarineta este obstáculo é uma palheta que fica colada na boquilha. Esta palheta seria como as cordas vocais. Depois, no corpo da clarineta temos o sistema ressonador que irá modular o som. Este sistema seria correspondente aos nossos lábios, língua, nariz e outros músculos que nos ajudam a modificar o som.
Enquanto respiramos as cordas vocais ficam posicionadas de forma aberta permitindo a livre passagem do ar sem que haja a produção de qualquer som. Mas quando queremos falar um sinal é enviado pelo sistema nervoso fazendo com que as cordas vocais se abram e se fechem vibrando com a passagem do ar.
E é importante lembrar que as “cordas vocais” são um tecido musculoso que utilizamos a cada som que produzimos, por isso devemos tomar cuidado para não as fatigar e prejudicar nossa voz. Então manter alguns cuidados constantes são muito importantes:
- • Beba muita água. Uma boa hidratação evita o ressecamento das mucosas.
- • Não grite e nem dê gargalhadas exageradas, tossir e pigarrear em excesso também é uma prática a ser evitada. Essas atividades causam grande vibração nas cordas vocais e podem vir a feri-las.
- • Mantenha uma alimentação saudável, com frutas, proteínas e livre de cigarro e álcool.
- • Tenha controle sobre sua voz e não a force. Se estiver conversando em um lugar com muito ruído tente trocar de ambiente antes de falar, também é importante tomar cuidado ao cantar para não se empolgar demais e ir além dos limites de suas cordas vocais.
Muitas pessoas ficam surpresas e até decepcionadas ao ouvirem a própria voz gravada. Na maioria dos casos quando estamos falando temos a impressão de que nossa voz é mais grave e sonora do que realmente é. Isto acontece porque estamos ouvindo a nossa voz partindo do interior, então as vibrações que ocorrem nas cordas vocais viajam por dentro da cabeça passando por ossos que distorcem o resultado final. Não resta outra alternativa a não ser nos acostumarmos com nossa voz gravada e passar a gostar dela já que é uma representação mais fiel de como os outros nos ouvem.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Lúcia Helena. Como o homem fala. Super Interessante, 2016. Disponível em https://super.abril.com.br/saude/como-o-homem-fala/ . Acesso em: 19 nov. 2020
GONÇALVES, Letícia. 14 cuidados para manter a voz. Minha vida, 2016. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/galerias/13136-14-cuidados-para-manter-a-voz-saudavel . Acesso em: 20 nov. 2020.