Você já ouviu falar sobre duelo conjugal? Esse tipo de prática já foi bastante comum e consistia em verdadeiros combates entre maridos e esposas para resolver conflitos e disputas para os quais não existissem testemunhas ou confissões de culpa.
Funcionava da seguinte forma: de acordo com a lei germânica, para resolver acusações na ausência de testemunhas ou de uma confissão, marido e mulher poderiam realizar uma luta física, um tipo de combate único, no qual o vencedor da disputa seria declarado com a razão no conflito.
Esse tipo de duelo foi sancionado judicialmente e permaneceu em uso durante toda a Idade Média na Europa. A prática só caiu em desuso no decorrer do século XVI. O julgamento por combate foi conhecido principalmente nos costumes dos povos germânicos.
Várias leis regionais do Império Franco indicavam diferentes elementos para a realização desse duelo conjugal, como, por exemplo, equipamentos e regras. Os casos de disputas domésticas eram resolvidos na força.
Para equilibrar as condições físicas entre homem e mulher, o marido era obrigado a lutar estando dentro de um poço raso e com um braço amarrado ao corpo. Já a esposa ficava do lado de fora e poderia estar armada com pedras.
Essas ocasiões eram enormes espetáculos para a comunidade. Nas disputas domésticas entre marido e mulher, ambos precisavam vestir trajes especiais, com um capuz e um tipo de camisola de mangas compridas.
Como aconteciam os duelos conjugais?
Existem alguns testemunhos escritos sobre esses combates. No ano de 1200, um homem e sua esposa lutaram sob a sanção das autoridades cívicas em Bale, na Suíça. Já em 1228, uma mulher lutou contra o marido em Berna, também na Suíça, e o derrotou de forma humilhante.
Em alguns casos, o homem ficava armado com três tacos de madeira e era colocado em um buraco de três metros de largura cavado no chão, com uma mão amarrada atrás das costas. Já a mulher deveria estar armada com três pedras, cada uma pesando entre um e cinco quilos, todas envoltas em um pano, para amortecer o impacto dos golpes. A luta era controlada por juízes.
Na Era Medieval, a penalidade para a derrota no duelo conjugal poderia ser a morte ou ser enterrado vivo. Mais tarde, os termos foram suavizados e a punição para o perdedor dos combates maritais com pedras e paus foi amenizada.
Um manuscrito sobre estes duelos também descreveu outros tipos de lutas judiciais, com uma grande variedade de armas, como, por exemplo, adagas, espadas e lanças.