Ciências

Covid-19: Variante Gama pode estar barrando avanço da variante Delta no Brasil

A pandemia da covid-19 continua sendo um grande desafio à cientistas de todo o mundo. O esforço para compreender a evolução do vírus, e como ela afeta a eficácia das vacinas já disponíveis, continua sendo intenso porque as mudanças são novas para a ciência. No Brasil, cientistas do Instituto Butantan levantaram uma tese interessante sobre o desenvolvimento da pandemia.

Atualmente, o mundo todo é assombrado pela variante Delta. A variante teve origem na Índia e passou a ser chamada “delta” após determinação da OMS, para evitar o aumento de xenofobia associada ao vírus. No entanto, o Brasil apresenta números que geram questionamentos sobre a variante em si.

Segundo a pesquisadora Sandra Coccuzzo Vessoni, que é diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan, uma das primeiras dificuldades que a variante Delta enfrenta no Brasil é a própria concorrência. Isso porque, aqui, a variante dominante ainda é a variante Gama – que surgiu em Manaus.

A presença massiva da variante Gama no Brasil, na avaliação da pesquisadora, gera uma primeira barreira contra a Delta. Além disso, ainda segundo avaliação de Vessoni, o avanço da vacinação também é uma segunda importante barreira contra o crescimento da variante.

Esta é uma interessante tese, mas que ainda precisa ser estudada. A própria diretora explica que é uma teoria e que precisa ser comprovada. A ideia é que as duas variantes podem estar “disputando” espaço e, nesse momento, a variante Gama estaria vencendo.

PERIGO DAS VARIANTES

O maior perigo em relação as variantes hoje é o risco de que as vacinas se tornem obsoletas. A vacinação de alguns países avança de forma satisfatória, mas a nível global a aplicação dos imunizantes ainda é muito lenta. Se tratando de uma pandemia, é sabido que o combate ao vírus só é realmente alcançado quando os esforços globais atingem níveis satisfatórios.

Em um exemplo prático, vamos supor que o continente americano esteja com a vacinação avançada e outros continentes não. Ainda que, num primeiro momento, o continente americano pareça seguro, nada impede a proliferação de variantes resistentes a vacinas, que venham a ameaçar o continente.

As variantes, por tanto, são um risco muito grande. Em geral, elas já oferecem uma certa quebra na eficácia das vacinas, que foram desenvolvidas tendo o coronavírus “virgem” como alvo. No entanto, testes tem comprovado que as vacinas continuam eficazes contra casos graves, mesmo de variantes perigosas.

Independente do que possa acontecer em relação as variantes, portanto, é fundamental procurar a campanha de vacinação e receber o imunizante assim que possível. Cada um precisa fazer sua parte já que o combate a pandemia é um esforço conjunto.

Hoje a variante delta, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), já é observada em 90% das amostras sequenciadas em todo o mundo. O numero mostra como a disseminação do vírus mutado acontece em grande velocidade. Especialistas já afirmaram que a Delta é mais contagiosa e potencialmente mais grave em sintomas do que as demais variantes. Por isso, além da vacina, é importante também continuar seguindo os cuidados.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]