Ciências

Em teste, formigas conseguem farejar células cancerígenas

Se você é mulher com mais de 40 anos, provavelmente já se submeteu ao exame de mamografia. Esse é um exame de imagem que toda mulher deve fazer. O exame é fornecido pelo SUS no Brasil e pode ser feito gratuitamente, mas isso não significa que não existam problemas. Quem já fez o exame, geralmente se queixa do desconforto e até mesmo de dor. Para se ter ideia, existem pessoas que não fazem o exame para não passar pelo desconforto.

O diagnóstico de câncer geralmente passa por algum exame de imagem, como a própria mamografia ou ressonância. Existem outros exames que também encaminham um diagnóstico, mas geralmente as imagens costumam trazer respostas mais rápidas e seguras. O problema é que todos esses exames lidam com radiação, são desconfortáveis e geralmente despertam ansiedade nos pacientes.

É claro que, em muitos casos, os exames de imagem são necessários para entender o tamanho e localização do tumor, para que os médicos possam traçar o melhor curso de ação. A boa notícia, por outro lado, é que podemos estar chegando em um momento em que esses exames não sejam tão indispensáveis assim. A ciência tem descoberto meios de identificar o câncer sem depender tanto desses exames. É claro que ainda falta muito para que as técnicas sejam aperfeiçoadas, mas são notícias boas.

Cães e formigas no diagnóstico de câncer

Cientistas já haviam descoberto que cães podem ser importantes aliados na identificação de células cancerígenas. Na verdade, cães são capazes de farejar alguns cheiros. Com o treinamento certo, os animais se revelaram verdadeiros farejadores. Essa habilidade tem se revelado promissora, mas alguns impedimentos ainda tem se colocado entre o uso dos animais de forma mais ampla.

Em primeiro lugar, o treinamento precisa ser específico e tem uma longa duração. Além do treinamento do cão, é preciso que o adestrador seja especializado também. Todos esses detalhes tornam a prática pouco interessante para muitas instituições, que poderiam somar na pesquisa. É nesse contexto que outras alternativas começaram a ser buscadas, o que nos leva a descoberta das formigas.

Pesquisadores do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) decidiram voltar as atenções para as formigas. Isso porque já se sabe que esses insetos usam o olfato para a prática de suas ações diárias. Se elas tem o sentido bem desenvolvido, por que não usa-lo a nosso favor? Talvez tenha sido esse o pensamento dos pesquisadores. O que aconteceu foi justamente a descoberta de uma alternativa.

O artigo com as descobertas foi publicado na revista científica iscience. Segundo a publicação, a espécie usada nos testes foi a formica fusca e os resultados foram promissores. Os insetos foram capazes de aprender, rapidamente, quais os cheiros deveriam buscar e ainda foram capazes de diferenciar os tipos de câncer. Como o estudo foi feito com apenas 36 formigas, em ambiente controlado, os pesquisadores planejam novos testes para investigar a viabilidade do uso desses insetos em ampla escala. O que se notou foi uma aparente facilidade das formigas em realizar a ação, demostrando um resultado ainda superior que a dos cães.

Sobre o Autor

Roberta M.

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