Uma equipe internacional de arqueólogos escavava o famoso naufrágio de Antikythera, ou Anticítera (em português), no Mar Egeu, quando encontrou um fóssil humano de 2100 anos de idade. A descoberta ocorreu perto da costa da Grécia. Os restos do suposto esqueleto humano estavam entre os destroços do naufrágio.
Os pesquisadores devem tentar extrair o DNA dos ossos, a fim de entender mais sobre os passageiros que estavam a bordo do navio quando ele afundou no ano 65 a.C.
Os cientistas acreditam que estas amostras possam fornecer informações vitais para o entendimento do famoso Mecanismo de Antikythera, um misterioso dispositivo que estava na embarcação e que ficou conhecido como o primeiro computador do mundo.
Segundo os especialistas, “os arqueólogos estudam o passado humano por meio dos objetos que nossos antepassados criaram”. Neste contexto, o membro da equipe, Brendan Foley, do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), nos Estados Unidos, afirma que o DNA pode trazer informações relevantes sobre quem poderia ter criado o Mecanismo de Antikythera.
A partir de agora, os pesquisadores acreditam que seja possível estabelecer uma conexão próxima entre o esqueleto encontrado no Naufrágio do Antikythera e as pessoas que navegaram e morreram a bordo do navio.
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Máquina Anticítera
O maior naufrágio antigo já encontrado
Se você ainda não sabe, o naufrágio do Antikythera foi originalmente descoberto por pescadores, em 1900. Este é considerado o maior naufrágio antigo já encontrado pelo homem.
Durante a primeira escavação, feita pelos pescadores, eles conseguiram puxar para cima uma série de estátuas de mármore e milhares de outros artefatos. Entre os objetos estava o mecanismo de Antikythera, um dispositivo de relojoaria que pode ter sido usado para prever eventos astronômicos e que ficou conhecido amplamente como o primeiro computador analógico do mundo.
Mecanismo de Antikythera
Os pesquisadores dataram o dispositivo em cerca de 100 ou 150 a.C, o que significa que, depois de afundar, essa tecnologia ficou perdida por muito tempo. Este fato torna esse dispositivo algo fascinante para a história.
Em 1976, o famoso explorador de oceanos, Jacques-Yves Cousteau, e sua equipe voltaram aos destroços do naufrágio. Eles foram capazes de encontrar mais 300 objetos, incluindo restos de esqueletos, mas, na época, a tecnologia de DNA ainda não estava disponível para estimar a idade dos fósseis.
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Agora, a nova equipe composta por pesquisadores do WHOI e do Ministério da Cultura e do Desporto da Grécia descobriram mais restos mortais embaixo de fragmentos de cerâmica. Os ossos recém-encontrados foram puxados para cima em 31 de agosto de 2016. Depois que forem liberados pelo governo grego, eles serão enviados para pesquisadores do Museu de História Natural da Dinamarca, para posterior análise.
“Contra todas as probabilidades, os ossos sobreviveram mais de 2000 anos no fundo do mar, e eles parecem estar em bom estado, o que é incrível”, disse o especialista em DNA, Hannes Schroeder, do Museu de História Natural da Dinamarca.
Além de encontrar esses restos mortais incríveis, os arqueólogos que trabalham no local também começaram a usar imagens 3D para compartilhar instantaneamente suas descobertas com outros pesquisadores e com o público em geral. Essa, certamente, é uma aventura que muitas pessoas gostariam de acompanhar. Afinal, não é todo dia que surgem notícias sobre um dos mais misteriosos naufrágios da história!
Fonte: Science Alert. / Imagens: Youtube/Nature video