O pesquisador Hajime Kimata, do Departamento de Alergia do Hospital Ujitakeda, localizado em Kyoto, no Japão, realizou um estudo sobre o efeito que o beijo tem sobre as respostas cutâneas induzidas por agentes alergênicos. Foram estudados 30 indivíduos normais, 30 pacientes com rinite alérgica (RA) e 30 pacientes com dermatite atópica (DA).
Todos os pacientes com rinite ou dermatite eram alérgicos a ácaros da poeira doméstica e a pólen de cedro japonês. A pesquisa também levou em consideração o fato cultural de que os japoneses não se beijam habitualmente. Ao induzir o beijo, o pesquisador tinha o objetivo de entender as respostas do beijo no organismo de pacientes alérgicos.
Métodos e resultados do estudo realizado no Japão
Na pesquisa, os participantes foram incentivados a beijar seus cônjuges e parceiros por aproximadamente 30 minutos. Cada casal ficava sozinho dentro de uma sala, com portas fechadas, enquanto ouvia uma música suave.
Antes e depois do beijo, os testes cutâneos foram realizados usando alérgenos comerciais, além de histamina e solução controlada. Foram avaliadas as respostas das pápulas. Simultaneamente, foram medidos os níveis plasmáticos de neurotrofina, incluindo o fator de crescimento nervoso, fator neurotrófico derivado do cérebro e neurotrofina-3.
O pesquisador constatou que o ato de beijar reduziu significativamente as respostas das pápulas induzidas e diminuiu os níveis plasmáticos em pacientes que apresentavam rinite alérgica e dermatite atópica, mas não teve ações em indivíduos normais.
Como resultado, a pesquisa determinou que o beijo tem algum tipo de implicação na resposta imunológica de pacientes que apresentam alergias. O estudo tinha como foco entender a neuroimunologia em pacientes alérgicos e identificar como a troca de beijos pode influenciar as respostas do organismo.
O estudo concluiu que o beijo desencadeia diferentes respostas cutâneas nos indivíduos, reduzindo as respostas alérgicas em pacientes que apresentam quadros variados de alergias.