Históricas

Estudo revela o que as vítimas do vulcão Versúvio comeram antes de morrer

Você já deve ter ouvido falar na tragédia de Pompéia, certo? A cidade foi palco de uma das maiores tragédias por causas naturais da história. Em 79 dC, o vulcão Versúvio entrou em erupção e causou a morte de todos os moradores da cidade em cerca de apenas 17 minutos. A tragédia é, até hoje, um ponto de interesse por parte de muitos pesquisadores, justamente pela velocidade e dimensão que teve.

Uma nova descoberta bastante curiosa foi publicada na revista Science Advances. O estudo foi feito por pesquisadores vinculados à Universidade de York, como o co-autor Oliver Craig. A pesquisa descobriu fatos interessantes e desconhecidos até então. Através de análises, os pesquisadores foram capazes de descobrir qual havia sido a alimentação das vítimas de Versúvio. Um fato que espantou os pesquisadores é que homens e mulheres pareciam ter tipos de alimentação diferente.

Os restos mortais das vítimas do Vesúvio oferecem uma oportunidade única de examinar o estilo de vida de uma antiga comunidade. Eles viveram e morreram juntos (…) As fontes históricas muitas vezes aludem ao acesso diferenciado aos alimentos na sociedade romana, mas raramente fornecem informações diretas ou quantitativas“, declarou Craig.

Segundo estudo, os homens daquela comunidade tinham uma alimentação baseada em cereais e frutos do mar. Por outro lado, as mulheres se alimentavam de lacticínios, ovos e carnes. O estudo, no entanto, não foi capaz de apontar uma possível razão para essa diferença tão destacada. Uma das possibilidades, no entanto, é que o tipo de alimentação fosse pensado a partir das atividades atribuídas a cada gênero.

Acontece que homens, de acordo com as pesquisam, eram responsáveis pela pesca e se alimentavam daquilo que capturavam. Essa, portanto, é uma das vias explicativas para o porquê de homens se alimentarem mais de frutos do mar. As mulheres, por outro lado, não tem o papel tão claro, mas é possível que trabalhassem na produção de derivados de leite, fazenda e trabalhos domésticos. Essa também é uma tese que explica a alimentação do grupo.

Essa via explicativa é coerente com a tese de que os moradores daquela região, que morreram pela erupção do vulcão, tenham sido todos escravos. Os restos mortais de pelo menos 11 homens, e 6 mulheres, residentes de Herculano foram analisados. Essa análise foi possível porque a erupção do vulcão, rica em cinzas e gases, foi capaz de promover a preservação dos corpos.

Os ossos e dentes, conforme a pesquisa explica, são as partes do corpo que mais armazenam proteína. Foi através dessa análise que os pesquisadores conseguiram identificar os tipos de proteína e, assim, determinar quais eram as bases alimentares das vítimas – descobrindo que homens e mulheres se alimentavam de fontes proteicas diferentes.

A erupção do vulcão segue sendo estudada até hoje e, de forma surpreendente, continua rendendo descobertas. O que pouca gente sabe é que Pompéia não foi a única cidade devastada, a cidade de Herculano também foi atingida pelo vulcão. Ambas as cidades ficavam na Itália, onde hoje é a Campânia, no sul da Itália. O trabalho de escavação da região é impressionante até hoje.

Sobre o Autor

Roberta M.

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