Cotidiano

Estudo sugere ‘peça-chave’ para tratamento de depressão em pacientes idosos

A qualquer momento da vida estamos sujeitos a sofrer de algum transtorno mental. Descobertas da psiquiatria mostram que problemas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, borderline, bipolaridade, etc, são encontrados em pacientes desde a infância até a velhice. Existem muitos desafios para a psiquiatria ainda, mas falar sobre o assunto ajuda a deixar de trata-lo como tabu.

Uma das grandes dificuldades, quando se fala em transtorno mental, é conseguir tratamento adequado na hora certa. Muitas pessoas deixam de procurar profissionais porque acreditam que tudo não passa de “frescura”, porque é assim que se pensou por muito tempo. Em função disso, e de muitos outros fatores, muitas pessoas acabam recebendo diagnóstico apenas na terceira idade.

O problema disso é que, nestes casos, os tratamentos disponíveis não alcançam a mesma eficácia. Muitas vezes o paciente sofre de comorbidades e a receita de medicamentos psiquiátricos acaba sendo restrita. O cenário acaba se tornando um verdadeiro quebra-cabeças para o profissional. Somado a isso, muitos idosos acabam sendo avessos a terapia com psicólogos, por não sentirem confortáveis falando sobre seus problemas.

O resultado de tudo isso, e mais coisa, somado é o seguinte: idosos sofrem com transtornos mentais e nem sempre conseguem tratamento adequado. Mesmo quando conseguem, ainda, podem não gerar as mesmas respostas que gerariam alguns anos antes. O que a ciência tem feito em relação a esta barreira conhecida? A resposta é: bastante.

A psiquiatria é uma área da medicina que, lamentavelmente, não recebe a mesma atenção e investimento que muitas outras. Ainda assim, existe muita gente qualificada mundo afora tentando novas descobertas, novos tratamentos, novos medicamentos, etc.

Estimulação magnética

Despairing senior man on a dark background

No Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, pesquisadores estão propondo a estimulação magnética transcraniana como uma alternativa saudável para o tratamento de depressão em idosos. Por mais assustador que a expressão possa parecer, o procedimento é simples e nada invasivo.

Os benefícios não param por aí, inclusive. Leandro Valiengo, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, destaca outros pontos positivos do estudo. “Como não é um tratamento farmacológico, ele não tem interação medicamentosa e não interage com outros órgãos. Isso é importante para o público idoso“, explicou.

O procedimento se baseia em pequenos estímulos magnéticos no cérebro, mas tudo feito de forma não evasiva. Os estudos preliminares apontam uma eficácia de 50% a 60%. Existem ainda muitas dúvidas sobre o procedimento, mas, se os estudos provarem ser um tratamento seguro, ele pode ser a chave para pacientes idosos.

Christiane Machado Santana, diretora do SBGG, destaca que se trata de um procedimento pouco usado. Ainda assim, destaca os desafios para a pesquisa e os benefícios que o tratamento pode trazer. “Não é um método muito usado. Mas é interessante pensar em uma forma praticamente isenta de efeitos adversos para uma população tão exposta a medicamentos“, afirmou.

O tratamento já foi liberado pela Anvisa, em 2012, mas esbarra em um obstáculo para se popularizar: o alto custo. A aplicação é cara às clínicas, o que torna o procedimento caro ao paciente.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]