O viagra é um medicamento que resolveu o problema de milhões de homens mundo afora. Trata-se de um comprimido vasodilatador que auxilia na estimulação sexual e permite a ereção. É um remédio indicado à homens que sofrem dificuldades para atingir a ereção, mas é frequentemente mal usado por homens sem problema de saúde.
Acontece que muitos homens acreditam que o remédio vai “melhorar” o desempenho sexual, o que é um erro comum. É até provável que a substância induza a um tempo maior de ereção, mas existem riscos para o consumo do viagra, especialmente quando consumido de forma inadequada.
Uma das recomendações para o uso de viagra, por exemplo, é a não interação da droga com álcool. Isto porque o medicamento pode reagir de forma adversa. Ainda assim, jovens frequentemente misturam as duas substâncias – inclusive podendo adicionar outras drogas lícitas, ou não, no coquetel. E um outro erro ainda mais perigoso é a crença de que aumentar a dose ingerida vá fazer um efeito aumentado.
Servindo de alerta para esses riscos, um caso assustador foi publicado na revista científica Jama Ophthalmology. O artigo relata o caso de um homem, de 50 anos de idade, que ingeriu viagra em excesso e acabou desenvolvendo uma grave doença sem cura. O artigo mostra com detalhes o porque da sequela e quais são os riscos da prática.
Para se entender como funciona o viagra, é preciso entender seu princípio ativo: o sildenafil. Esta é uma substância vasodilatadora, que estimula a ereção. Mas a dose recomendada do sildenafil é de apenas 80mg. No caso relatado na revista Jama, o paciente ingeriu 750 mg da droga. Isto é, o homem tomou quase 10 vezes mais do que o recomendado da substância.
O surgimento dos sintomas
O paciente, que não teve a identidade revelada, não sofreu nenhum grave mal-estar. No entanto, relata que começou a enxergar um “circulo” logo após a ingestão da droga. Ele permaneceu cerca de dois meses com o desconforto até procurar um médico. Finalmente quando procurou um médico, descobriu que havia sofrido uma lesão irreversível na retina.
Você pode estar se perguntando o que uma coisa tem a ver com a outra, certo? Bom, a principal ação do viagra é inibir o fosfodiesterase 5, uma enzima que atua diretamente na regulação do fluxo sanguíneo do pênis. No entanto, em altas dosagens, ela pode acabar inibindo enzimas além da fosfodiesterase 5. É aí que entram as retinas.
No caso do paciente, relatado no artigo, o viagra inibiu enzimas que atuam nas células da retina. O resultado é que houve um acúmulo de toxinas nas células, o que gerou as sequelas irreversíveis. Os médicos logo tiveram que contar ao homem que não havia nada a ser feito, não havia sequer tratamento para o problema.
Ainda conforme relata o artigo, o paciente não voltou para as consultas de acompanhamento, então o estudo acabou sem saber se a visão dele sofreu alguma alteração. O principal objetivo do artigo, portanto, foi o de gerar conscientização sobre os riscos do mau uso do Viagra.