Não importa em qual parte do mundo você viva, qual idioma fale e qual fé professe, a verdade é que todos nós experimentamos um momento ou outro de paranoia na vida. Seja um pensamento repetitivo, um medo pouco racional, uma expectativa meio fora da realidade… Todo mundo vai experimentar a paranoia, pelo menos uma vez na vida.
A verdade é que geralmente esse tipo de pensamento acaba sendo influenciado pelo contexto. Quando estamos passando por um período de estresse intenso, por exemplo, tendemos a estar mais propensos as paranoias. Aquela sensação de estar sendo perseguido, aquela convicção de ter visto algo….
Então, se o estresse influencia esse tipo de pensamento, é claro que a pandemia tem também um impacto sem precedentes. Mas será que você precisa procurar ajuda? Quando em excesso, as paranoias podem ser sinal de que algo esta errado. Além disso, podem também prejudicar a qualidade de vida, a interação social, a saúde de forma geral.
O que nosso cérebro esta lendo?
O grande problema em relação a paranoia é aquilo que nosso cérebro esta interpretando com as situações. Quando entramos em estado de paranoia é porque nosso cérebro esta lendo situações como se fossem de grande perigo. No entanto, nem sempre estamos realmente vivendo uma situação perigosa.
O excesso de estímulos e liberação de adrenalina nos coloca em estado permanente de “busca” por aquilo que nos ameaça. No entanto, quando essa ameaça não é real, é impossível encontrarmos algo – o que nos leva a criar, para alcançarmos alguma resposta para aquilo que esta gerando tanto desgaste.
Para a sobrevivência humana, um grau de desconfiança e preocupação é saudável, natural. O problema é quando esse grau toma proporções descontroladas. Nesse estado, o indivíduo vive sempre com medo de que esta a beira de algo terrível, mesmo sem evidência alguma de que isso esteja mesmo acontecendo.
Nem sempre isso significa que você precisa de atendimento psiquiátrico porque, muitas vezes, o pensamento é resultado do contexto. Em casos mais leves, quando a pessoa é retirada da situação problema, geralmente consegue restabelecer o autocontrole. O mesmo não acontece quando a paranoia é de fato resultado de um transtorno mental mais profundo.
Quando procurar ajuda?
É recomendado procurar ajuda quando a situação foge totalmente de controle em alguns momentos. A paranoia em excesso pode apontar para um transtorno psicótico e, neste caso, não existe solução a não ser acompanhamento médico. Nestes casos, o ideal é um tratamento multidisciplinar.
Muitos transtornos mentais podem levar a estados de paranoia, como depressão, transtorno bipolar e ansiedade; no entanto, esta é uma marca de transtornos psicóticos como esquizofrenia, por exemplo. O que vai determinar a necessidade de acompanhamento médico, ou não, é a qualidade de vida do indivíduo.
A partir do momento em que a qualidade de vida, os vínculos sociais, o ambiente de trabalho e o desempenho profissional, passam a sofrer danos; então é hora de procurar ajuda. O mais indicado nesses quadros é um tratamento combinado com terapeuta e psiquiatra. O grande risco em não agir rápido é justamente o isolamento social, que apenas agrava todos os demais aspectos da vida.
