Um dos nossos maiores problemas, enquanto sociedade, é a mania de enxergar atletas como se fossem máquinas. A realidade é muito longe disso, já que são todos apenas humanos, com dificuldades e limitações. Inclusive cada modalidade esportiva pode gerar problemas de saúde muito específicos.
Por exemplo, um jogador de futebol esta sujeito a sofrer lesões nas pernas. Uma jogadora de vôlei pode ter lesões no ombro. Os exemplos são intermináveis, se pararmos para pensar. Existem casos também onde a prática esportiva não chega necessariamente a gerar um problema de saúde propriamente, mas um belo transtorno.
É mais ou menos por isso que alguns maratonistas e corredores de longas distâncias acabam enfrentando. Talvez você não saiba, mas a maioria deles experimenta algum tipo de desarranjo intestinal ao longo da carreira, inclusive durante provas. Nem todo caso é grave, mas alguns podem ser realmente delicados.
É comum, por exemplo, atletas terem diarreia antes, durante ou depois das provas. Já houveram casos de competidores literalmente fazerem coco nas calças durante as provas. Como parar e procurar um banheiro não é exatamente uma opção, dependendo da prova, os atletas precisam se aliviar da maneira que for possível. Uma porcentagem elevada de atletas também revela ter tido outras sensações relacionadas ao desarranjo intestinal.
Pode parecer um assunto bobo, talvez até engraçado, mas é um motivo real de preocupação e atenção entre os atletas. Um dos fatores que contribui para esse tipo de problema é o fato do atletismo exigir um grande esforço físico de seus praticantes. Atletas de corrida, marcha, caminhada, que competem longas distâncias, geralmente precisam levar seus corpos ao extremo, debaixo de chuva ou sol.
Um bom exemplo disso é o atleta Yohann Diniz. Ele é um atual recordista mundial e uma verdadeira lenda na Marcha, mas em 2016 ele viveu momentos de grande tensão durante uma prova. Yohann passou um bom tempo passando mal durante a prova, chegando a desmaiar algumas vezes. Ele estava brigando contra seu próprio intestino, que protestava a necessidade de dar uma aliviada. Depois de tentar lidar com a situação, Yohann acabou se aliviando ao fazer coco nas calças. Ele conseguiu terminar a prova em oitavo lugar.
Em 2005, Paula Radcliffe teve um caso severo de diarreia enquanto corria uma maratona. Ela ganhou a prova, mas antes precisou aliviar o intestino ali mesmo, no acostamento da estrada. A cena acabou sendo flagrada por câmeras de transmissão e estão disponíveis até hoje. A triatleta Julie Moss, em 1982, também passou por um incidente ao fazer coco nas roupas durante uma prova.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Você ja ouviu falar em intestino preguiçoso? Se já, provavelmente também ouviu a recomendação médica de fazer pequenas caminhadas, para “incentivar” o intestino. Certo? No caso de maratonistas, esse “incentivo” é dado ao extremo. Com o metabolismo acelerado, os atletas aumentam o movimento no sistema nervoso simpático. Esse sistema é responsável por distribuir a circulação sanguínea nos órgãos esplâncnicos.
Esse fenômeno torna muito difícil aos atletas a simples tarefa de controlar a própria evacuação. Isso, por sua vez, leva a tragédias como as trazidas nos exemplos.