Já assistiu algum filme de ficção científica e se impressionou com as ideias de olho biônico? Geralmente representados por óculos com recursos infinitos, ou lentes de contato, esses olhos geralmente ajudam a compor personagens superiores. São muitos os filmes e livros que retratam o “humano do futuro” com quase superpoderes graças a tecnologia. Embora um pouco bizarro, essa proposta também atrai muito interesse.
Já imaginou ser capaz de calcular a temperatura de um ambiente com um óculos? Ou ainda, ser capaz de calcular a velocidade de um carro só de olhar para ele? Os recursos desses dispositivos, quando retratados em filmes, são quase infinitos e acabam criando a questão: e se eles realmente existissem?
Por um lado, é certo que ainda estamos muito longe desse tipo de tecnologia. Embora, de certa forma, talvez já até existam os meios para isso, nenhuma pesquisa ativa chegou tão longe. Por outro lado, muitos estudos demostram resultados empolgantes nessa área, que realmente levantam a expectativa de que, em algum momento, eles se tornem reais.
Um dos estudos que mais chama a atenção nessa área é um recém publicado no The Journal of Clinical Investigation. Segundo o artigo, uma mulher de 57 anos foi capaz de “voltar a enxergar” após 16 anos de cegueira completa. Essa visão não foi inteiramente perfeita, mas devolveu a capacidade de perceber luz, silhuetas e formas. A pesquisa foi desenvolvida por cientistas espanhóis, que defendem ainda que se trata de um procedimento inteiramente seguro.
Como funciona o implante?
O sistema usa uma “retina artificial” acoplada a um par de óculos que detecta a luz na frente de seu usuário, de acordo com o New Atlas. A luz é então processada em sinais elétricos e enviada para uma série de microeletrodos implantados no cérebro do usuário, permitindo que o usuário “veja” a luz captada pelos óculos.
A mulher permaneceu com o implante por seis meses e, depois disso, o recurso foi removido. Os pesquisadores agora tem a análise de todos os dados coletados pela frente. Mas uma coisa eles garantem, que se trata de um procedimento seguro. Embora possa parecer invasivo e inconveniente, o procedimento não oferece risco ou dano ao cérebro, segundo os desenvolvedores.
É claro que se trata de uma pesquisa em sua primeira fase. Embora a voluntária tenha sido capaz de voltar a enxergar a luz, silhuetas e formas, ela ainda estava longe da nitidez dos olhos naturais. Sendo assim, se a intenção é devolver a visão, ainda existe um longo caminho pela frente. Ainda assim, foi um resultado empolgante.
Além de ser um passo muito importante para a ideia de “olhos biônicos”, essa também pode ter sido a primeira passada em direção ao combate da cegueira. Entre implantes neurais e tecnologia de edição de genes, certos tipos de cegueira podem ser eliminados para sempre. É claro que seria ainda uma longa caminhada até que procedimentos como esses estivessem disponíveis para toda a população, mas a ciência esta fazendo sua parte.
Os pesquisadores continuam investidos no projeto e novas atualizações devem ser feitas em breve.