A NASA divulgou que identificou alguns organismos desconhecidos vivendo no espaço, mais especificamente na Estação Espacial Internacional (ISS). Contudo, estes micróbios não são originários do espaço, mas foram levados pelos próprios astronautas para lá.
Cada vez que os seres humanos viajam à Estação Espacial Internacional, é provável que eles levem bilhões de bactérias para esse passeio. No ano passado, a Nasa lançou um anúncio oficial relatando um trabalho de proteção planetária, que tinha como objetivo evitar esse tipo de contaminação biológica.
Mesmo com os esforços deste projeto, o policiamento da presença dos micróbios tem sido um trabalho árduo. A Estação Espacial Internacional (ISS) pode agora ser o lar de trilhões de bactérias. A NASA tem dedicado esforços a identificar estes micróbios e trazê-los de volta à Terra para a realização de um estudo mais específico.
O projeto Genes in Space-3 da NASA já permitiu que cientistas espaciais identifiquem micróbios na própria estação. O projeto, que foi lançado em abril de 2017, envolve o sequenciamento do DNA dos micróbios desconhecidos. “Tivemos contaminação em partes da estação em que os fungos foram vistos crescendo ou o biomaterial foi retirado de uma linha de água entupida, mas não tínhamos ideia do que era até que a amostra pode voltar para o laboratório”, disse a microbiologista Sarah Wallace da NASA.
Para identificar os micróbios, a astronauta da NASA e bioquímica, Peggy Whitson, coletou as amostras e utilizou a técnica de reação em cadeia para amplificar e copiar seções do DNA do organismo. O próximo passo incluiu a sequência e a identificação do DNA usando o dispositivo portátil Minion da ISS.
Na época, o furacão Harvey, que aconteceu no ano passado, impediu que os microbiologistas do Centro Espacial Johnson se comunicassem com Whitson, mas eles conseguiram criar uma solução para o problema ao conectar um celular diretamente ao sistema de comunicação da ISS. Graças a isso, a microbiologista Sarah Wallace foi capaz de ajudar a orientar a astronauta no sequenciamento genético, mesmo à distância.
“De imediato, vimos um microrganismo aparecer, e depois um segundo. Eles são organismos que encontramos o tempo todo na estação espacial”, disse Wallace.
A NASA não relatou quais organismos específicos foram identificados, mas apenas afirmou que eram micróbios comuns. As amostras foram enviadas à Terra para a equipe do Centro Espacial Johnson, para confirmar os resultados.
Essa foi a primeira vez que uma amostra foi retirada e testada no espaço. Um conjunto de micróbios já havia sido sequenciado na ISS por Kate Rubins, em 2016, mas essas amostras foram pré-preparadas na Terra.
Ative as legendas
A capacidade de testar amostras orgânicas sem ter que enviá-las de volta para a Terra vai acelerar muito o processo de análise. Isso pode ajudar, inclusive, no diagnóstico de doenças que aparecem a bordo da Estação Espacial Internacional, além de acelerar a identificação de formas de vida potencialmente alienígenas.