Novas notícias sobre a partícula recém-descoberta Bóson de Higgs foram divulgadas numa conferência que aconteceu na Itália. O encontro deixou claro que a grande questão na mente dos cientistas é saber se a partícula descoberta em 2012 é realmente o tão procurado Bóson de Higgs, que vem sendo estudado e discutido por décadas.
As equipes por trás dos experimentos ATLAS e CMS, que trabalham no laboratório de física em Genebra, na Suíça, onde a nova partícula foi encontrada, apresentaram suas análises de todo o conjunto de dados coletados em 2012. A chamada conferência Moriond, que aconteceu em La Thuile, na Itália, sintetizou os estudos sobre as propriedades da partícula.
Segundo o diretor do CERN, Sergio Bertolucci, o momento agora é de paciência. “Todo mundo quer saber exatamente o que é que nós descobrimos, e isso virá através de uma análise meticulosa, de longo prazo. Mas o Higgs é apenas uma parte de um programa de pesquisa de vastos experimentos e haverá muitas outras descobertas interessantes em física nos próximos anos”.
O bóson de Higgs é a peça que falta no Modelo Padrão da física que descreve todas as partículas subatômicas conhecidas no universo. Teorizada pelo físico Peter Higgs e seus colegas em 1964, a partícula é vista no contexto do campo de Higgs, que dá massa a outras partículas.
No entanto, os pesquisadores alertam que a palavra final sobre o Higgs ainda é improvável. “Muitas pessoas estavam esperando que nós fossemos finalmente anunciar que o bóson descoberto no ano passado é realmente um bóson de Higgs”, disse a física Pauline Gagnon. “Infelizmente, ainda é muito cedo para dizer. Entretanto, ambos os experimentos podem mostrar atualizações interessantes sobre a nova medida da massa do bóson e as taxas de decaimento e rotação, que vão nos fornecer uma imagem mais clara da nossa descoberta”.
Para determinar se a nova partícula é realmente o Higgs, os cientistas devem estudar como ele decai. A partícula é exótica e de curta duração, e quase imediatamente depois de ser conjurada no acelerador de partículas, ela decai em outras espécies de partículas mais comuns. Ao estudar as taxas e padrões dessas partículas, os físicos esperam mostrar que o novo Bósson se encaixa nas propriedades previstas para o Higgs.
Os novos dados que estão sendo apresentados incluem medições mais precisas, o que poderia ser a chave para confirmar a identidade da partícula.
“As medições precisas não podem, a primeira vista parece tão emocionante como a descoberta de uma nova partícula”, disse Bertolucci, “mas é lá que nós realmente aprendemos as coisas. Por exemplo, uma discrepância com as previsões teóricas já seria um dos mais fortes marcadores para nova física”.
Gagnon disse que ela ansiava descobrir se o decaimento de partículas novas acontecia nos padrões que previstos pelo modelo. Se assim fosse, isto poderia apontar para outras novas partículas que aderem à mistura, tais como aqueles previstos por uma teoria chamada de supersimetria.
“Tanto o ATLAS, quanto o CMS obtém mais ou menos eventos contendo novos bósons. Um excesso de eventos na taxa de decomposição de dois fotões pode indicar que novas partículas contribuem para o processo, e isso pode indicar o que muitos teóricos esperam: a descoberta da presença da supersimetria de partículas”.
Fonte: Live Science