O mundo esta lutando para sair da pandemia da covid-19 e isso tem se mostrado um desafio realmente delicado. Enquanto alguns países vivem momentos melhores, outros vivem momentos desafiadores. Enquanto isso, o vírus parece estar brincando de “gangorra” com os sistemas de saúde mundo afora.
A covid-19 é uma doença traiçoeira. Embora tenha uma taxa de mortalidade não tão alta, seu desafio é o seguinte: o contágio é alto, portanto muitas pessoas se infectam e, consequentemente, muitas pessoas morrem. Da mesma maneira, mesmo entre os sobreviventes da covid-19, são pacientes que precisam de atendimento médico e isso, por sua vez, gera um sufocamento dos sistemas de saúde mundo afora.
Em muitos países, existem sistemas públicos de saúde onde o tratamento é gratuito. Esse é o caso do Brasil, por exemplo, mas também o caso do Reino Unido e outros exemplos. Em contraste, Singapura decidiu adotar uma medida radical, e polêmica, para tentar conter o movimento anti-vacina.
As vacinas são o método mais seguro e eficaz de evitar o adoecimento pelo vírus e essa, em sistema dominó, é a única forma de voltar ao normal. Sem o sufocamento dos sistemas de saúde, pela redução do número de casos, se tornará possível voltar ao normal sem restrições e medo – o que, consequentemente, reduziria o número de mortes.
Mas então, por que tantas pessoas se recusam voluntariamente a tomar a vacina? Uma via para explicar esse fenômeno é a circulação de notícias falsas e conspiracionistas. São muitas as teorias, geralmente mirabolantes, sobre a vacina. O problema é que muitas pessoas acreditam e passam a evitar o imunizante. Outras vias são: motivos religiosos ou ideológicos – como, por exemplo, pessoas que se recusam a tomar a vacina pelo teste em animais.
Singapura vai recusar tratamento gratuito a quem não se vacinar
Como meio de conter o avanço dos “anti-vacina”, como são chamados aqueles que recusam voluntariamente a vacina, o país asiático decidiu radicalizar e anunciou que vai recusar tratamento gratuito em caso de covid-19. Isso significa dizer que, quem recusar vacina e se contaminar, vai precisar arcar com os custos do tratamento.
Para entender a medida, vale dizer que Singapura tem um sistema privatizado de saúde. Isso significa que não existe SUS por lá, todo tratamento é feito em setor privado e o governo subsidia alguns tipos de tratamento, em alguns tipos de doença. Com a pandemia, o governo vinha pagando pelo tratamento da covid-19, sem ressalvas.
Agora, no entanto, essa condição foi imposta. Só vai receber tratamento gratuito quem estiver devidamente vacinado. Quem não tiver sido imunizado vai precisar se justificar e, caso a recusa da vacina tenha se dado de forma voluntária, o tratamento será cobrado.
“Pessoas não vacinadas constituem uma maioria considerável daqueles que requerem cuidados intensivos de internação e contribuem de forma desproporcional para o desgaste de nossos recursos de saúde“, declarou o ministro da saúde do país. Enquanto a medida radical tem gerado polêmica, o governo do país não parece nenhum pouco inclinado em recuar da decisão. Sendo assim, é hora de tomar a vacina.