O exército dos Estados Unidos realizou, ainda em 1960, uma investida contra o território da Groenlândia. A ilha pertence politicamente à dinamarca, mas naquele ano o exercito instalou ali uma base militar.
A desculpa do exército era simples: a base serviria para estudos científicos. No entanto, a realidade era outra e os soldados instalaram ali um depósito para armas nucleares. Foram cerca de 600 mísseis nucleares.
Mas por que isso voltou a ser assunto hoje? Para instalar a base militar, os Estados Unidos escavaram a região e atingiram o solo daquela ilha, que é inteiramente coberta por gelo.
A “terra” descoberta não recebeu nenhum importância na época, pelo contrário. O material foi armazenado em sacos plásticos e pequenos potes de biscoito e, a partir de então, circularam por vários países.
As amostras foram coletas de áreas de terra abaixo de toda a crosta de gelo, mas foram esquecidas em geladeiras por vários países, em três continentes diferentes. Mais de meio século depois, em 2017, elas voltaram a ser estudadas.
A DESCOBERTA IMPRESSIONA
Aquele material acondicionado em sacolas e potes por décadas, transferidas de geladeira em geladeira, foram finalmente esmiuçados por cientistas de várias regiões do mundo.
A descoberta era impressionante. Aquilo que se acredita ser apenas terra, era na verdade todo um ecossistema congelado. Nos testes, cientistas encontraram gravetos, folhas, raízes, pequenos insetos e outros microorganismos.
Os mantos de gelo normalmente pulverizam e destroem tudo em seu caminho, mas o que descobrimos foram estruturas delicadas de plantas, perfeitamente preservadas, como se tivessem morrido ontem. É uma cápsula do tempo do que costumava viver na Groenlândia”
A declaração acima é do geólogo Andrew Christ, responsável por uma equipe na Universidade de Vermont. O geólogo e sua equipe chegaram a uma conclusão fascinante, mas também assustadora.
Para Christ e sua equipe, evidências mostram que a Groelândia viveu períodos sem geleiras. Isto é, em períodos da história mais recente, quando o mundo enfrentou períodos de calor, a Groelândia derreteu por completo.
Esse fenômeno esta sendo novamente observado, alertam cientistas, e impulsionado pelos impactos negativos do homem sobre o clima global. O problema nisso tudo é que isso ameaça diretamente o homem.
Para os cientistas, o ponto de derretimento atingido pela Groelândia, e outras áreas de gelo, já atingiu um ponto do qual não se pode mais voltar, o que gera a urgente demanda de ações para minimizar os danos, que são inevitavelmente imensos.
“Esta não é uma questão a ser resolvida daqui a 20 gerações; este é um problema urgente para os próximos 50 anos”, alerta o o geocientista Paul Bierman, que integra o time comandado por Christ.
DEGELO DA GROELÂNDIA
Para a comunidade científica internacional, o degelo da Groelândia já esta em curso e isso é um grande risco. Para se ter ideia, apenas a Groelândia pode adicionar até 7 metros no nível do mar.
Imagina a sua praia preferida, agora imagine que a água do mar avance 7 metros contra a areia! É esse o risco que o mundo, de forma geral, enfrenta. Toda região litorânea pode ser parcialmente coberta pela água do mar nos próximos anos.