O Brasil vive uma situação crítica em termos de saúde, tanto na esfera pública quanto na privada. O país tem cerca de 400 mil médicos, mas a maior parte dos profissionais está concentrada nas grandes cidades, principalmente na região sudeste, onde recebem melhores remunerações. Sendo assim, faltam profissionais em municípios do interior, em áreas de periferia e regiões afastadas.
O brasileiro está muito acostumado a falar mal do SUS (Sistema Público de Saúde), e muitas vezes recorre aos planos de saúde privados para receber atendimento. Isso significa pagar duas vezes pelo mesmo serviço, algo bastante comum no Brasil. Quando a pessoa contrata um plano privado, ela paga a mensalidade, mas também continua pagando a saúde pública por meios dos impostos.
O problema é que, no Brasil, nem a saúde privada consegue ser boa. Uma pesquisa demonstrou que os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são considerados, por 93% da população, como regulares, ruins ou péssimos. De acordo com o Instituto Datafolha, os principais problemas são filas de espera, falta de acesso aos serviços públicos e má gestão de recursos.
Na prática, os planos de saúde são ruins no país porque não garantem boa remuneração e condições de trabalho para os médicos. A atuação dos planos de saúde não é satisfatória, pois eles não conseguem atender às demandas, também possuem longas filas de espera, demoram para aprovar a realização de exames e, muitas vezes, chegam a negar procedimentos aos clientes.
Um estudo da UFRJ afirmou que o mercado de planos de saúde no Brasil não é capaz de se sustentar. Entretanto, o Brasil é hoje o segundo maior mercado de plano de saúde do mundo. O que temos são planos cada vez mais caros e cada vez piores.
Somado à queda da qualidade, as empresas de saúde também realizam fraudes para demonstrarem equilíbrio financeiro. Os planos não garantem aos clientes os seus direitos mais básicos de atendimento, fazendo com que muitas pessoas tenham que recorrer à justiça para serem atendidas na rede privada. São empresas que só visam o lucro, e não a qualidade dos serviços prestados.
No futuro, as dificuldades dos planos de saúde também serão refletidas no SUS, congestionando pronto atendimentos e hospitais públicos. Hoje, já ocorrem casos em que os planos de saúde mandam casos mais graves para a rede pública.