Um apanhado simples dos últimos meses do ano é capaz de mostrar um grande número de casos de desastres ambientais. Recentemente, países da Europa sofreram com chuvas torrenciais, que resultaram em enchentes que varreram cidades inteiras. Mas esse não foi um caso isolado e o motivo gera debates.
Casos bizarros, e assustadores, tem pipocado mundo afora. No México, por exemplo, uma cratera misteriosa surgiu no meio do nada e continua crescendo. No Brasil, alguns estados tem registrado neve e tremores de terra. O Brasil, no entanto, costumava não ser um país onde ambas as coisas eram observadas.
No Canadá, um país tradicionalmente frio, os últimos meses registraram ondas de calor que levaram a morte de alguns cidadãos. O mesmo problema atingiu países europeus nos últimos anos. Localidades tradicionalmente frias sofrem com o calor, enquanto o Brasil passa por um período de frio histórico.
Afinal de contas, o que esta acontecendo no mundo? Para muitos cientistas, a resposta é uma só: nós, os seres humanos. Existem pesquisadores dedicados exclusivamente a buscar compreender como as alterações climáticas são afetadas pela ação humana, bem como entender o que isso significa.
É claro que o mundo sempre viveu mudanças climáticas. As eras de gelo e fogo são prova disso. A questão central, no entanto, é entender o quanto a ação humana influencia esse fenômeno natural. E é nesse ponto que um novo estudo, publicado na Nature Climate Change, se debruça e tenta compreender.
Por que tantos fenômenos ‘ao mesmo tempo’?
“Perigos climáticos, ambientais e hídricos estão aumentando em frequência e intensidade como resultado da mudança climática”, afirma o professor Petteri Taalas, secretário-geral da Meteorologia Mundial (OMM) em um comunicado divulgado na semana passada. “O custo humano e econômico foi destacado com efeito trágico pelas chuvas torrenciais e inundações devastadoras e perda de vidas na Europa Central e na China na semana passada”, ele exemplifica.
O mundo sempre enfrentou eventos climáticos extremos e, antes do surgimento dos satélites, eles geralmente causavam mais perdas de vidas do que hoje. Há alguns anos atrás, a maioria dos meteorologistas relutava em culpar qualquer evento isolado nas mudanças nas temperaturas globais médias, mas isso tem mudado.
O grande fator de mudança são as ondas de calor, conforme explicam os especialistas. O ar quente é um fenômeno comumente atribuído a ação humana e, nos últimos tempos, os pesquisadores tem confirmado a influência do ar quente nos fenômenos. Em primeiro lugar, o ar quente danifica a superfície do solo responsável por absorver a água.
Dessa forma, o solo se torna menos penetrável, o que facilita que a água corra sobre a terra, sem drenagem. Sem essa drenagem natural, a água da chuva naturalmente procura rios e lagos onde desembocar, o que intensifica a ocorrência de enchentes. Não menos importante, o ar quente também aumenta o volume de chuva. O estudo demostrou que os fenômenos ambientais, climáticos e hídricos tem acontecido mais vezes, de forma mais violenta e ainda com menor intervalos entre um e outro. Algumas perguntas ainda não tem respostas.