É muito provável que em algum momento da vida você já tenha se perguntado isso. Sejamos honestos. Quem nunca entrou no banheiro, depois de alguém ter feito o número 2, e imediatamente ficou preocupado em relação ao que poderia estar inalando? Essa, inclusive, é uma das principais razões para a maioria das pessoas (com toda razão do mundo) ter nojo de entrar em banheiro com comida na mão. Afinal, do que é composto o ar com cheiro?
Essa é uma dúvida muito honesta e que a maioria das pessoas já deve ter tido em algum momento da vida. No entanto, não chega a ser surpresa que a ciência não esteja lá tão preocupada com isso. Ainda assim, para a sorte de todos os curiosos da 5° série, um cientista decidiu entender como poderia responder essa pergunta e elaborou uma pesquisa para saber o que o “cheiro de pum” pode carregar consigo.
A história começou quando o Dr Karl Kruszelnicki se viu diante de uma pergunta que não sabia responder. Uma enfermeira cirúrgica o procurou com uma dúvida pouco glamurosa, mas interessante a sua própria maneira. A profissional queria saber se, durante uma cirurgia em ambiente estéril, poderia acidentalmente contaminar as ferramentas cirúrgicas se soltassem um pum. “Ela queria saber se estava contaminando a sala de cirurgia em que trabalhava peidando silenciosamente no ambiente estéril durante as operações, e percebi que não sabia“, explicou o australiano.
Não são todos os pesquisadores que levariam essa questão a sério. Mas o dr. Kruszelnicki é conhecido como um popularizador da ciência no país. Através de experimentos e de uma comunicação com linguagem acessível, ele divulga a ciência de forma popular e acaba fazendo sucesso por isso. Talvez esse seja um dos motivos que o levaram a querer resolver essa dúvida.
Mas como essa pesquisa revolucionária foi feita? Para conduzir a pesquisa, Karl procurou pelo microbiologista Luke Tennent. Os dois elaboraram uma pesquisa experimental e Luke precisou da ajuda de um colega. O voluntário precisou fazer duas coisas: primeiro, ele soltou um pum na direção de uma placa de petri enquanto vestido, a 5 centímetros de distância; depois, já sem calças e roupa íntima, ele repetiu a ação. Os pesquisadores queriam saber o que a placa de petri revelaria.
Os pesquisadores deixaram as placas de petri “descansando” por uma noite inteira e analisaram o material na manhã do dia seguinte. Algumas presunções foram confirmadas a partir dessa análise. Segundo análise publicada na revista BMJ, o petri que havia recebido os gases sem o filtro das roupas apresentava pelo menos duas bactérias encontradas na pele e intestino; o petri que havia recebido o “pum” com o filtro das roupas não tinha bactéria alguma.
Embora tenham sido encontradas bactérias em um dos petri, o pesquisador explica que as bactérias em questão não eram perigosas e tinham a mesma composição das bactérias encontradas, por exemplo, em leite fermentado. Ou seja, o que os pesquisadores acreditam é que o gás, por si só, não é capaz de transmitir bactérias prejudiciais. O mesmo serve para aquele “cheiro de coco” que fica no banheiro: você não esta inalando micropartículas de fezes, fique tranquilo. Isso, por outro lado, não significa que o ambiente seja dos mais higiênicos ou agradáveis, então é natural ficar um pouco desconfortável.