Não faz nem uma semana que o telescópio James Webb foi anunciado em uma missão de exploração de dois exoplanetas “próximos” da Terra. O problema é que, em meio a viagem, o telescópio acabou sendo atingido por um corpo. A NASA precisou investigar e, felizmente para a missão, o James Webb ainda esta em condições de uso. O impacto aconteceu entre os dias 23 e 25 e, segundo a Agência, o telescópio foi atingido por um micrometeoroide.
Por mais impressionante que possa parecer, esse tipo de impacto faz parte da natureza da missão. Ao longo do desenvolvimento do telescópio, os cientistas precisam prever o choque em todo tipo de corpo que circula livre no espaço e que, portanto, possa entrar em rota de colisão. Não à toa, esse tipo de previsão faz parte da testagem do telescópio. No caso do James Webb, foram constatados danos leves, mas nada que comprometa sua funcionalidade. Como explicado, é esperado que o telescópio ainda se choque outras vezes.
“Sempre soubemos que o Webb teria que enfrentar o ambiente espacial, que inclui intensa luz ultravioleta e partículas carregadas do Sol, raios cósmicos de fontes exóticas na galáxia e ataques ocasionais de micrometeoroides oriundos de nosso sistema solar”, declarou o vice-gerente técnico de projetos, Paul Geithner.
Uma das maneiras encontradas pelos pesquisadores para prolongar a vida útil do James Webb, que em algum momento provavelmente vai ser danificado a ponto de ser comprometido, foi a projeção do jogo de espelhos. Quando um dos espelhos é afetado, o James Webb consegue “identificar” a área afetada e reorganizar a disposição dos espelhos para cobrir a falha. É claro que esse sistema é limitado e, em algum momento, não será possível contornar o problema dessa forma, mas é uma maneira de prolongar a vida útil do telescópio.
Da mesma forma, as equipes por trás do funcionamento do Webb também tem algum nível de controle remoto. Dessa forma, se existir a previsão de uma chuva de meteoros, por exemplo, é possível reposicionar os espelhos do Webb para protege-los e, uma vez passada a chuva, retorna-los ao lugar de origem. “Desde o lançamento tivemos quatro impactos menores de micrometeoroides, consistentes com as expectativas, e este mais recente, maior que nossas previsões de degradação assumiam. Usaremos dados coletados após estes eventos para atualizar nossa análise de desempenho ao longo do tempo e também desenvolver abordagens operacionais para garantir que maximizemos o desempenho de imagem do Webb da melhor forma possível por muitos anos“, declarou Lee Feinberg.
Mesmo com o atrito um pouco maior do que o previsto, o cronograma do Webb segue mantido. Os pesquisadores acreditam que em breve estarão recebendo imagens dos dois exoplanetas que são o alvo do telescópio na missão. A expectativa é conseguir informações inéditas sobre ambos, já que os pesquisadores acreditam que algumas informações sobre os dois exoplanetas podem servir para compreender aspectos da própria Terra, que ainda são misteriosos. O James Webb é resultado de um grande investimento do governo americano e foi lançado sob forte expectativa da comunidade científica.