Nesta semana, o ministro da saúde anunciou que a partir do dia 15 de setembro o país vai começar a aplicar a terceira dose da vacina contra a covid-19. Esta aplicação é voltada para apenas dois grupos específicos: imunossuprimidos e idosos. Mas nem todo mundo entendeu inteiramente a proposta.
Acontece que ambos os grupos sofrem com uma resposta imunológica menor à vacina. Esta é uma informação já conhecida por cientistas e levada em consideração por médicos em caso de contágio. O que se sabe é que, em idosos, por exemplo, quanto mais avançada é a idade, menor é a resposta imunológica. Já no caso de imunossuprimidos, a reação imunológica é menor em função dos tratamentos médicos.
A terceira dose da vacina já tem sido aplicada em outros países, também visando grupos considerados de risco, como Estados Unidos e Chile. Países da Europa também avaliam a necessidade. Em grande parte, a mobilização se deve ao avanço da variante Delta, que segue desafiando a medicina e a imunização das vacinas já disponíveis no mercado.
No Brasil, a expectativa do governo é a de que em meados de setembro toda a população maior de 18 anos já tenha recebido, pelo menos, a primeira dose. Com isso, a previsão é de que haja maior tranquilidade e controle de internações, o que vai viabilizar o uso parcial de doses para reforço de uma parte da população.
O anúncio foi recebido com empolgação, especialmente por pessoas que pertencem a esses grupo ou pessoas com membros desses grupos na família. Ao mesmo tempo, também gerou a questão: o que são pessoas imunossuprimidas? Embora a palavra tenha se tornado cada vez mais usada, ainda existe muita dúvida quanto ao que ela significa.
Compreensão ampla do termo
O sistema imunológico do corpo humano é responsável por oferecer combate a vírus, bactérias e demais micro-organismos que possam oferecer risco. Neste caso, o sistema imunológico é responsável por criar uma barreira e atacar a ameaça, de forma a prevenir o corpo de sofrer danos por parte do agente invasor.
Quando este sistema não funciona adequadamente, o indivíduo passa a ser mais vulnerável a ação de todos esses agentes. Nesse caso, quando o sistema imunológico não fornece a resposta que deveria, é que se tem o caso de “imunossupressão”. Pessoas imunossuprimidas, portanto, são aquelas cujo sistema imunológico não reage como deveria.
Nesse grupo, existem outros subgrupos. Por exemplo, há pessoas que nascem com doenças congênitas que vão levar ao quadro. São as chamadas imunodeficiências primárias. No entanto, também existem outras formas de desenvolver o quadro. Pessoas que precisam fazer tratamento contra o câncer, por exemplo, fazem parte do grupo.
O mesmo acontece com pessoas transplantadas. Isso porque, ao receber um transplante, as pessoas precisam fazer uso de medicação para que o corpo não ataque o órgão transplantado. O problema disso é que esses remédios seguram o sistema imunológico, o que leva a um quadro de imunossupressão.
Outro exemplo é a infeção por HIV, que gera todo um prejuízo ao sistema imunológico. Em todos esses casos, a medicina classifica como “imunodeficiências secundárias”, que são aquelas adquiridas ao longo da vida.