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Alquimia moderna: pesquisa revela que bactérias formam minúsculas pepitas de ouro

Algumas bactérias são especializadas em purificar metais e podem transformá-los em ouro. Saiba mais!

Uma equipe de pesquisadores internacionais descobriu que a bactéria Cupriavidus metallidurans tem a capacidade de purificar metais e transformá-los em minúsculas pepitas de ouro, em um processo que é quase como uma alquimia moderna. O processo pelo qual o ouro é gerado começa quando estas bactérias devoram os metais tóxicos e excretam pequenas pepitas de ouro como efeito colateral.

O ouro pode se mover por meio do ciclo biogeoquímico. As bactérias estão envolvidas neste processo. A bactéria Cupriavidus metallidurans tem o formato de bastão e vem sendo estudada desde 2009, ano em que os cientistas descobriram que, de alguma forma, ela consegue ingerir compostos tóxicos e convertê-los na forma metálica do ouro, isso sem qualquer perigo aparente para o seu próprio organismo.

Os resultados da pesquisa indicam que o processo de desintoxicação dessas bactérias leva à formação de biominerais de ouro. Essa bactéria prospera em solos que contêm hidrogênio e metais pesados ​​tóxicos.

A pesquisa foi realizada por cientistas e microbiologistas. Os pesquisadores descobriram que essa bactéria tem um mecanismo de defesa muito engenhoso, que envolve não apenas o ouro, mas também o cobre.

As bactérias empregam enzimas para deslocar os metais agressores de suas células e para converter os compostos de cobre e ouro em formas que são menos absorvidas pela célula. Com isso, a C. metallidurans consegue fazer pepitas de ouro.

Os pesquisadores acreditam que, no futuro, este conhecimento possa ser usado para refinar o metal precioso de minérios que contêm apenas pequenas quantidades de metal. O artigo que trata do tema foi publicado online, na Nature Chemical Biology, e na Metallomics.

As descobertas recentes sobre o uso potencial da bactéria para a formação de ouro 24 quilates foram feitas por cientistas da Michigan State University, dos EUA. O estudo contou com Kazem Kashefi, professor assistente de microbiologia; e Adam Brown, professor associado de arte eletrônica.

bactéria Cupriavidus metallidurans e uma pepita de ouro

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O cientista Frank Reith, microbiologista ambiental da Universidade de Adelaide, na Austrália, também trabalha com as bactérias que processam ouro, mas não esteve envolvido neste último estudo. Contudo, ele foi um dos primeiros a encontrar evidências convincentes de que as bactérias poderiam formar partículas de ouro. Esse tipo de estudo já vem sendo realizado há mais de 10 anos.

Nathan Magarvey, bioquímico da Universidade McMaster, em Hamilton, Canadá, também trabalhou com sua equipe para descobrir como colônias bacterianas poderiam criar nanopartículas de ouro. Com análises bioquímicas e genômicas, os pesquisadores descobriram o conjunto de genes que faz das bactérias as menores garimpeiras do mundo.

Segundo os cientistas, uma corrida do ouro assistida por micróbios pode acontecer no futuro. A bactéria poderia ser usada para produzir catalisadores de nanopartículas de ouro em muitas reações químicas ou para precipitar ouro das águas residuais produzidas nas minas.

Fontes: Ncbi, Nature, Science Alert
Crédito da Imagem: American Society for Microbiology

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