A dimelia ulnar, também conhecida como mão em espelho, é uma enfermidade de origem congênita, caracterizada pela presença do conjunto ulnar e radial nos dedos de uma mão, causando uma impressão de que há um espelhamento da imagem. Pessoas que nascem com essa desordem, considerada extremamente rara, apresentam uma deformidade nas mãos que, em alguns casos, pode levar à necessidade de amputação cirúrgica.
Até hoje poucos casos foram relatados na literatura médica. Os pacientes já diagnosticados com o problema apresentavam carpais, metacarpos e falanges duplicados. Estima-se que, ao longo da história, apenas 100 casos tenham sido registrados pelos médicos.
Esse tipo de deformidade óssea também pode trazer outras consequências para o paciente, como, por exemplo, anomalias nervosas e arteriais. Algumas pessoas também têm a duplicação do nervo ulnar, encurtamento do nervo radial e ausência da artéria radial.
Para fazer o diagnóstico de dimelia ulnar, os médicos tomam como base exames laboratoriais e de imagem. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia da Mão, a dimelia ulnar engloba o 3º grupo de deformidades congênitas da mão.
Os casos mais conhecidos na literatura médica foram expostos por Harrison, Roaf e Pearson, que descreveram as deformidades em três pacientes. Não existem evidências sobre as causas dessa doença.
A enfermidade costuma ser unilateral, ou seja, ocorre em apenas uma mão. A deformidade causada é bastante impressionante, resultando na presença de múltiplos dedos saindo de uma mesma palma.
Os dedos são chamados de pós-axiais e pré-axiais. Pessoas com essa anomalia também tendem a apresentar encurtamento do braço e redução de movimentos no cotovelo.
Essa duplicação dos dedos, gerando a impressão de espelhamento da mão, precisa ser tratada com fisioterapia e cirurgia, quando o paciente atinge a idade para ser operado. Em geral, essa reconstrução pode ser feita a partir dos dois anos de idade. Quanto mais cedo for realizado o procedimento, menor será o trauma para o paciente.
Como na dimelia ulnar o paciente pode ter de sete a oito dedos em uma mão, o médico responsável pela cirurgia deverá avaliar quais dedos podem ser mais bem aproveitados e quais precisam ser removidos. É um tratamento complexo e que tem um pós-cirúrgico delicado.
Outra característica da dimelia ulnar é que a deformidade congênita faz com que a pessoa nasça sem o dedo polegar. Por isso, o médico também precisa avaliar qual dedo poderá fazer o papel do polegar na mão afetada.
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