Tecnologia

Bebês poderão ter vários pais e mães biológicos daqui poucas décadas

Se as suas aulas de biologia estão em dia, você provavelmente sabe que um bebê é resultado da combinação biológica entre dois indivíduos: um óvulo e um espermatozoide. Isto pode ser atingido tanto pelo método tradicional, quanto por métodos de inseminação artificial, que já são uma realidade bastante comum atualmente. Existem ainda outras formas, como a fecundação in vitro. Mas, na prática, é exatamente isso que se precisa: um óvulo, com 50% do DNA do novo ser humano, e um espermatozoide com os outros 50%. A união entre eles leva a formação de um novo indivíduo.

O avanço da ciência e da tecnologia tem sido responsáveis por estimular muitos questionamentos em relação ao assunto. Por exemplo, será que em algum momento será possível que humanos nasçam de uma outra combinação que não seja necessariamente aquela entre um óvulo e um espermatozoide? Será, por exemplo, que em algum momento o útero deixará de ser a única forma de gerar um ser humano – isto é, será um dia se tornará possível desenvolver um ser humano inteiramente in vitro?

São discussões que desafiam a ciência e talvez nunca se concretizem, mas que também desafiam a moralidade da sociedade atual. Apesar disso, a verdade é que os estudos de modificação genética já estão avançados e podem começar a se tornar realidade antes mesmo do que imaginamos. Pensando nisso, a futurista Amy Webb tem feito declarações que causam impacto. Por exemplo, de acordo com Webb, em um futuro próximo as crianças podem nascer com múltiplos pais e mães genéticos.

Em uma entrevista recente ao Washington Post, Webb explicou como os desenvolvimentos científicos podem mudar drasticamente a forma como os humanos procriam. Usando a edição de genes CRISPR, seria teoricamente possível criar uma criança que apresentasse os traços genéticos de várias pessoas diferentes. Essa tecnologia também pode tornar possível que as pessoas tenham filhos no final de suas vidas.

A tecnologia não é uma invenção de Webb, que é uma entusiasta das possibilidades que a CRISPR pode representar. No entanto, a própria Webb reconhece que o assunto ainda esta longe de ser uma realidade comum. A modificação genética é uma realidade hoje, como já dito, mas não sem polêmica. Um dos principais  temas é a alteração genética servir a princípios hegemônicos, discriminatórios.

Esse assunto ganhou, por exemplo, grande repercussão na China recentemente. Acontece que o país assistiu seus primeiros bebês com genética editada por CRISPR se tornarem uma verdadeira polêmica. O assunto ganha espaço quando se torna uma questão ética. Webb, por sua vez, também tem uma opinião bastante polêmica. Para ela, é preciso reconhecer que a tecnologia pode ser uma resposta mais eficiente para famílias e indivíduos que tentam ter filhos através de fertilização e fecundação, que são procedimentos caros, demorados e que nem sempre dão certo.

“Neste momento, criar um filho depende do acaso e do acaso, ou dinheiro suficiente para muitos ciclos de fertilização in vitro. É chocantemente difícil no ano de 2022 fazer um bebê. Não deveria ser assim”, declarou. Para Webb, bastam algumas décadas para que essa tecnologia ja seja uma realidade.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]