Ciências

Cientistas estão fazendo serenatas para golfinhos na Austrália

As vezes, a ciência pode ser levemente irracional num primeiro momento. Isto é, existem alguns momentos em que experimentos científicos não vão fazer sentido logo de cara. Isso significa que eles sejam errados ou desnecessários? Não, mas sem dúvida significa que será necessário um esforço um pouco maior para entende-los. Este é precisamente o caso desse estudo sendo conduzido por pesquisadores da Austrália.

Cientistas da Universidade Nacional da Austrália estão conduzindo um estranho, porém muito ambicioso, estudo no porto Stephens, localizado no estado de New South Wales, na Austrália. Quem olha de longe, vê apenas um grupo de humanos fazendo uma “serenata” para um bando de golfinhos. No entanto, o experimento é bem mais profundo do que isso e os cientistas esperam conseguir se comunicar com os animais.

Além do canto, os pesquisadores tem usado flautas, flautins e gravadores de som para reproduzir sons de frequência aguda. A variedade de instrumentos foi crucial, explicam os pesquisadores, pois instrumentos como a flauta atingem frequências mais próximas das vocalizações dos golfinhos que estão muito além das limitações da voz humana.

A questão por trás desse estudo é o que chama a atenção, porque muita gente pode se questionar sobre o motivo. Afinal de contas, por que tentar se comunicar com golfinhos é tão relevante? Bom, em primeiro lugar, é entender que não se trata de uma tentativa de reproduzir o “Dr. Doolittle” da vida real, mas sim entender o funcionamento do cérebro dos cetáceos.

O cérebro destes animais demonstra uma grande evolução em relação a espécimes ancestrais. Neste sentido, o que chama a atenção é o o neocórtex. O assunto é uma das grandes paixões da Dra. Olivia De Bergerac, uma especialista em cetáceos. De Bergerac ainda confirmou o desejo de criar um documentário para TV com o estudo.

Ao longo dos anos, observei que a melhor maneira de facilitar encontros com golfinhos selvagens é cantando ou tocando música. Vinte anos atrás, eu assisti meu amigo indígena australiano Bill Smith se comunicar com os golfinhos com seu Didjeridu e mais recentemente (três anos atrás) eu vi minha famosa cantora e amiga francesa Camille se conectando com golfinhos na Austrália e na França

A ciência já documentou a interação entre cetáceos e humanos em algumas ocasiões. Neste caso, o que a pesquisa mostra e tenta entender é a frequência em que essa comunicação entre os animais acontece. Além da interação pela música, os cientistas também gravaram a comunicação dos animais entre si, com o intuito de estudar esses sons como se fossem músicas.

No fim das contas, o estudo é sobre a comunicação com golfinhos. O que os pesquisadores pretendem é alcançar a oitava correta para se comunicar com os golfinhos. Assim, os pesquisadores acreditam que será possível, num futuro não tão distante, se comunicar com esses animais através de alto falantes instalados em alto-mar. Cetáceos são animais de inteligência acima do que se imagina e o entendimento do alcance daquilo que esses cérebros são capazes pode ser uma descoberta que muda totalmente a ciência.

 

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]